São Paulo — Quebras de sigilo bancário revelam que entidades envolvidas em fraudes bilionárias contra aposentados do INSS estavam pagando milhões a empresas de crédito consignado suspeitas. A Polícia Federal (PF) investiga a conexão entre os descontos ilegais e os empréstimos.
Essas entidades estariam filiando aposentados para cobrar mensalidades através de convênios com o INSS. Desde 2019, mais de 6 milhões de segurados foram associados, arrecadando R$ 6,3 bilhões por meio de descontos.
O escândalo começou a ser revelado em dezembro de 2023. Em três meses, a arrecadação de entidades com mensalidades disparou para R$ 2 bilhões anuais, levando a múltiplos processos por fraude.
As denúncias resultaram na investigação da PF e da Controladoria-Geral da União (CGU), culminando na Operação Sem Desconto em abril, que levou à demissão de altos executivos do INSS.
Farra dos descontos e crédito consignado
- Empresas vendem créditos consignados e associam aposentados sem consentimento, lucrando com mensalidades.
- Pagamentos de R$ 15 milhões a empresas de crédito consignado foram identificados, destacando a HKM e o Balcão das Oportunidades com vínculos diretos no esquema.
- Contratos mostram que essas empresas lucram com parte das mensalidades dos novos filiados.
- O Balcão das Oportunidades recebeu R$ 5 milhões apenas da Ambec e mantém contratos milionários com a Cebap.
Outras associações, como a Amar Brasil e a Master Prev, também têm laços estreitos com empresários do setor de crédito consignado. A PF detectou movimentações de R$ 320 milhões, indicando repasses para empresas do ramo.
O advogado de Herbert Kirstersson Menocchi, ligado à HKM, afirma que a empresa atua legalmente, sem envolvimento em irregularidades. O BMG, antigo empregador de Menocchi, declarou não ter vínculo com ele desde 2022 e desconhecer o esquema do INSS.
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