O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) avança nas investigações sobre fraudes em contratos públicos, que vão além do evento “Natal Encantado 2024”. A nova fase da Operação Krampus, iniciada em 15 de maio, investiga um grupo de empresários interligados que atuaria em conluio para fraudar licitações e contratos com o poder público.
A Associação Amigos do Futuro, contratada para o evento, é vista como uma fachada para desvio de recursos a empresas do mesmo grupo. A investigação revela a existência de um “clube de amigos” que se beneficiaria de contratos sem concorrência, com superfaturamento e prestação de serviços incompletos ou inexistentes.
Contratada por mais de R$ 14 milhões com a Secretaria de Cultura do DF, a associação não apresentava sede operacional, nem funcionários, e boa parte dos serviços prometidos, como ambulâncias e banheiros químicos, não foi entregue. Mesmo assim, ocorreu um aditivo contratual de R$ 5,8 milhões, apesar da diminuição do projeto.
A nova fase da operação mirou em empresas como AC Eventos e Araújo R.A. Produções, todas conectadas. A estrutura societária foi manipulada para dificultar a rastreabilidade das ligações entre os envolvidos.Veja imagens da operação:
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Mensagens interceptadas indicam a divisão de lucros, que é proibida em contratos com organizações sociais. O grupo teria criado mecanismos para repassar verbas públicas, apresentando notas fiscais de empresas interligadas.
Além do desvio, o MP investiga lavagem de dinheiro e organização criminosa. Os nomes envolvidos reaparecem em outros contratos com o GDF, sugerindo um esquema mais amplo.
Servidores e conluio
O MP também menciona a participação de servidores da Secretaria de Cultura nas alterações contratuais, que favoreceram o aumento de custos e o desvio de recursos.
Para o MP, houve um conluio entre os gestores e a Associação Amigos do Futuro para manter o contrato inflado.
O Instituto Conecta Brasil, suposto concorrente, apresentou proposta incoerente, indicando manipulação do processo. A documentação encontrada liga essa investigação a outras já em andamento.
“Clube de amigos”
A expressão, usada pelos investigadores, captura a essência do esquema, onde empresas alternam contratações com o GDF, controlando o uso de verbas públicas.
A atuação do grupo contraria os princípios da administração pública. A Secretaria de Cultura defendeu a legalidade da execução do evento e informou que colabora com as investigações.
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