O primeiro caso de gripe aviária H5N1 identificado no Brasil não deve impactar significativamente os negócios da BRF, conforme declarou o CEO Miguel Gularte em teleconferência com analistas. O registro ocorreu em Montenegro, na região metropolitana de Porto Alegre, na quinta-feira (15/5).
O governo federal reiterou que a doença não se transmite pelo consumo de carne de aves ou ovos, com o risco de infecção em humanos sendo baixo, raramente afetando apenas profissionais em contato direto com aves infectadas.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, declarou estado de emergência zoossanitária por 60 dias em Montenegro, conforme publicação no Diário Oficial da União.
“Não é uma situação nova no setor avícola. Tivemos a Doença de Newcastle (DNC) no Rio Grande do Sul no ano passado. Temos planos de contingência e estou seguro de que funcionará agora neste caso isolado [de gripe aviária]”, afirmou Gularte.
Gularte também mencionou que a empresa “tem condições de trafegar em um momento como este de maneira bastante isenta”. Segundo ele, a sanidade brasileira é robusta, o que deve permitir que o episódio seja superado rapidamente.
Fusão com a Marfrig
A confirmação do primeiro caso de gripe aviária surgiu paralelamente ao anúncio da fusão entre a BRF e a Marfrig, resultando na criação da MBRF Global Foods Company. Essa nova empresa reunirá todas as marcas, com a Marfrig propondo a incorporação total das ações da BRF.
Marfrig e BRF, juntas, tiveram uma receita líquida consolidada de R$ 152 bilhões nos últimos 12 meses. A operação prevê pagamentos significativos de proventos aos acionistas, com a BRF distribuindo até R$ 3,52 bilhões e a Marfrig, R$ 2,5 bilhões.
As sinergias comerciais e logísticas geradas pela fusão somam R$ 805 milhões, com expectativa de R$ 400 milhões a R$ 500 milhões nos primeiros 12 meses e o restante a longo prazo.
De acordo com Gularte, o caso de gripe aviária não deverá impactar o andamento da fusão entre as duas empresas.
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