Um grupo de manifestantes ocasionou um apagão em Porto Príncipe e no departamento do Centro, a partir de terça-feira (13), ao forçar o fechamento de uma central hidrelétrica em protesto contra a insegurança. Segundo a estatal Electricidad de Haiti, mais de 85% da capital é dominada por grupos criminosos armados, que realizam ataques frequentes à população e às forças de segurança.
O apagão atinge de forma total as áreas abastecidas pela central afetada, devido a atos de sabotagem. O fechamento da central de Péligre é resultado de ações de grupos da sociedade civil nos municípios de Mirebalais e Saut d’Eau, que recentemente enfrentaram invasões de criminosos. Robenson Mazarin, advogado e ativista, afirmou que a decisão de fechar a usina se deu pela inação do governo em recuperar o controle das localidades dominadas por bandidos.
Mazarin destacou: “Decidimos fechar a central hidrelétrica, pois as autoridades se recusam a mobilizar a força necessária para restaurar a paz. Enquanto esta situação persistir, a usina permanecerá fechada.” Desde março, Mirebalais está sob o controle de grupos da coalizão Viver Juntos, o que resultou na fuga de mais de 500 detentos de uma prisão. Essa presença obrigou o Hospital Universitário Mirebalais, um dos maiores do país, a evacuar pacientes e funcionários, fechando suas portas até nova ordem em 23 de abril.
O Haiti, considerado o país mais pobre das Américas, enfrenta uma dura crise de violência, com grupos criminosos envolvidos em assassinatos, estupros, saques e sequestros, em meio a uma instabilidade política que se arrasta por anos.
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