Bahia registra 1.746 queixas de estupro infantil em 2024

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CRIME

Violência sexual contra crianças aumentou ao menos 76% no país nos últimos 12 anos

20/05/2025 – 5:50 h

Promotora orienta famílias e pessoas próximas a ter atenção aos sinais que expressam violência e denunciar

Promotora orienta famílias e pessoas próximas a ter atenção aos sinais que expressam violência e denunciar –

O cenário da violência sexual infantil na Bahia é alarmante. Em 2024, o Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA) registrou 1.764 denúncias de estupro de vulnerável, refletindo um crescimento inquietante em comparação aos anos anteriores. A situação não é isolada; em todo o Brasil, o aumento nesse tipo de crime também tem sido devastador.

A mesma instituição reportou 2.907 procedimentos relativos à proteção de crianças e adolescentes em 2023, com foco no combate ao abuso e exploração sexual. Dados do Ministério dos Direitos Humanos (MDH) revelam que das 33.761 denúncias de violações de direitos humanos na Bahia, 13.740 envolvem vítimas infantojuvenis. Apenas até maio de 2025, o Disque 100 registrou 568 novos casos de estupro de vulnerável, colocando a Bahia como o quinto estado com mais ocorrências no país.

A promotora de justiça Ana Emanuela Rossi, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Criança e do Adolescente (Caoca), alerta: “Os números estão em ascensão. As crianças e adolescentes estão em um ciclo de violência intergeracional. Precisamos agir e fortalecer as redes de proteção.”

Estupro infantil no cenário nacional

No Brasil, a realidade é igualmente preocupante. A cada hora, sete estupros de crianças e adolescentes são registrados. Em 2023, foram 83.988 casos levados à Polícia Civil, apresentando um aumento de 91,5% em relação a 2011. Os estupros de vulneráveis, que abrangem menores de 14 anos, representam 76% do total.

Infelizmente, muitos desses crimes ocorrem no ambiente familiar. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024, 61,7% dos casos registrados acontecem dentro das residências. A promotora Ana Emanuela destaca a importância de os familiares estarem atentos aos sinais de violência, que podem se manifestar por meio de alterações físicas e comportamentais nas crianças, como hematomas ou mudanças drásticas de humor.

“São sinais que indicam que algo está errado. Atos de violência não apenas comprometem o desenvolvimento físico e emocional das vítimas, mas também deixam cicatrizes profundas em suas vidas”, ressalta Ana.

A fundadora do Lar Pérolas de Cristo, Vera Lúcia Guimarães, relata que muitas crianças que chegam à instituição são vítimas de abuso sexual. “É chocante ver crianças tão pequenas, uma delas tinha apenas 9 meses. Elas precisam de um suporte psicossocial adequado, pois a vítima de hoje pode ser o agressor de amanhã”, alerta Vera.

Debate aberto

No dia 26 de maio, o Caoca promoverá um debate aberto sobre essa questão crítica na sede do MPBA, no Centro Administrativo da Bahia. A promotora Ana Emanuela e Viviane Chiacchio, coordenadora do Núcleo de Apoio às Vítimas de Crimes Violentos e em Especial Vulnerabilidade (NAVV), estarão presentes.

É fundamental que denúncias sejam feitas. As vítimas e aqueles que conhecem casos de abuso podem reportar através do Disque 100, do Ministério dos Direitos Humanos, ou do Disque 127, disponibilizado pelo MPBA, onde a denúncia pode ser feita de forma sigilosa e anônima.

Compartilhe essa mensagem e ajude a conscientizar mais pessoas sobre a importância de denunciarem esses crimes e protegerem nossas crianças.

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