Recentemente, a Pesquisa Assistência Farmacêutica no Sistema Único de Saúde (SUS), realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revelou dados alarmantes sobre os gastos estaduais com medicamentos. Em 2023, aproximadamente 32,9% das despesas com medicamentos foram resultantes de decisões judiciais, representando um terço do total. Este levantamento envolveu gestores de saúde de 25 estados e do Distrito Federal, com uma amostra abrangendo 1.865 municípios.
As regiões do Brasil se destacam em uma classificação preocupante. O Centro-Oeste apresenta uma taxa impressionante de 80,5% de fornecimento de medicamentos oriundos da judicialização, enquanto o Sudeste e o Sul acompanham com 73,3% e 57,6%, respectivamente. Em contraste, o Norte e o Nordeste registram os menores índices, com 49% e 46,3%.
Além disso, outro estudo divulgado pelo Siga Brasil, que fornece informações sobre a execução orçamentária e financeira da União, revelou que, no ano passado, as demandas judiciais de medicamentos geraram uma despesa significativa de R$ 3,2 bilhões. Entre 2019 e 2023, as cidades experimentaram um aumento de 40% nos gastos, mesmo com a diminuição de 21% nos repasses federais e 22% nos estaduais. Durante esse período, os estados também enfrentaram um incremento de 25,1% nas despesas, enquanto os repasses federais caíram 6,2%.
Esses dados ressaltam a urgência de uma discussão mais aprofundada sobre a judicialização da saúde, que não apenas impacta os orçamentos públicos, mas também o acesso a medicamentos essenciais. Como você vê essa situação? Deixe sua opinião nos comentários!
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