“Não tenho nem rede”, diz “dono” de terra de 300 hectares grilada

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“Não tenho nem rede”, essa foi a resposta de um dos laranjas envolvidos em um esquema de grilagem de terras na União em Pará. Esses indivíduos, utilizados de forma enganosa para legalizar lotes, afirmam desconhecer qualquer propriedade atribuída a eles e viver a centenas de quilômetros dos locais mencionados.

Investigações da Polícia Federal (PF) revelaram que um grupo criminoso usava dados pessoais de terceiros para fraudar processos no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), conferindo uma fachada de legalidade a seus atos. Aqueles que foram alvos do esquema não apenas se declaram inocentes, mas também negam ter qualquer ligação com os grileiros, atualmente sob investigação.

Os documentos obtidos pela PF revelam que as terras, oficialmente registradas em nome dos laranjas, eram vendidas para os grileiros e seus associados. O empresário Debs Rosa foi identificado como o líder do grupo e está preso preventivamente.

Ao contatar alguns laranjas, apenas três responderam; a maioria não possuía sequer um número de telefone ativo. Entre os que falaram, todos desmentiram as alegações, afirmando que não têm terra e surpreendendo-se com a investigação da PF. Um homem de 43 anos, ao ser questionado sobre uma propriedade de 300 hectares, não apenas afirmou não saber onde ficava, mas também destacou que “não tem nem dinheiro para uma rede”.

Outro caso curioso envolve um idoso de 85 anos, cujo irmão revelou que ele é aposentado e mal entende o que significa ser proprietário de terras. Estranhamente, o idoso aparece como dono de 84 hectares em Gleba Belo Monte, porém reside em Santarém, a quase 600 km do local.

A operação Imperium Fictum, que iniciou em 2023, foi o resultado da identificação de um esquema meticuloso de grilagem, que envolvia várias fases: desde a falsificação de processos no Incra até a elaboração de documentos falsos e a comercialização das propriedades griladas. A PF encontrou um padrão de fraudes em cartórios de registro imobiliário, dentro de uma rede criminosa bem estruturada.

No total, cerca de 39 mandados de busca e apreensão e 9 de prisão preventiva foram cumpridos em maio, resultando no bloqueio de R$ 608 milhões dos investigados, evidenciando a gravidade e a amplitude da operação.

Esse caso não apenas revela os riscos da grilagem, mas ilustra o impacto que esses esquemas têm na vida de pessoas comuns que, sem saber, tornam-se peças em um jogo muito maior. O que você pensa sobre essa situação? Comente abaixo e participe da discussão!

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