A Machonaria, um movimento evangélico que prometia a formação masculina alicerçada em princípios bíblicos, enfrenta agora um dos momentos mais críticos de sua história. Sob a liderança do pastor Anderson Silva, ex-líderes da organização revelaram uma dívida alarmante de R$ 500 mil, acentuando questões de má gestão financeira que desencadearam a renúncia coletiva de pastores em maio deste ano.
Fundada em 2018, a Machonaria se destacou inicialmente como a maior confraria cristã masculina da América Latina. Entretanto, testemunhas apontam que o desvio de diretrizes e a centralização de poder nas mãos de Anderson resultaram em um colapso notório. Um ex-vice-presidente da organização, Radamés Morais, relatou que os primeiros sinais de problemas financeiros surgiram com atrasos em contas de energia e aluguel. “Fomos nós, da diretoria, que fizemos rateios. Mas com o tempo, os débitos se acumularam e as solicitações de transparência foram ignoradas”, explicou.
Além das questões de transparência, as denúncias incluem pagamentos pendentes a fornecedores, salários não pagos e impostos trabalhistas em atraso. Jhonny Alves, ex-diretor administrativo, destacou que, embora o grupo buscasse diálogo e tentasse reunir-se com Anderson, suas solicitações foram ignoradas. A insatisfação culminou na decisão de romper com a instituição.
Com a comunidade evangélica em alvoroço, a Machonaria também figura na dívida ativa da União, somando R$ 49.672,29, conforme dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Para agravar a situação, Anderson havia declarado anteriormente que a instituição arrecadou mais de R$ 626 mil em 2023 para financiar projetos sociais. “Se isso fosse verdade, nunca teríamos que enfrentar cortes de luz e ameaças de despejo”, enfatizou Radamés.
Em meio a essa turbulência, Anderson anunciou em suas redes sociais uma mudança no nome do hub social para Instituto Família Silva, uma manobra vista pelos ex-pastores como uma tentativa de se dissociar das dívidas. “É claro que essa é uma estratégia para evitar enfrentar os problemas reais”, comentou um integrante do conselho. A carta de renúncia, assinada por 18 pastores, denunciou que o movimento havia se afastado da integridade que o fundamentou, reforçando a necessidade de verdade e transparência.
“Me sinto em luto. Investi minha vida, meu tempo, meu dinheiro, minha fé”, desabafou Jhonny Alves, sublinhando que sua saída não foi uma questão de vaidade, mas uma decisão ética e consciente. Até o fechamento desta matéria, Anderson Silva não se manifestou oficialmente sobre as graves acusações. A comunidade permanece atenta, à espera de respostas e da verdade por trás deste desdobramento tumultuado.
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