O cenário nuclear do Irã está mais tenso do que nunca. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), sob a liderança de Rafael Grossi, lançou um alerta preocupante: o Irã poderá retomar o enriquecimento de urânio “em questão de meses”. Embora os ataques aéreos contra seu programa tenham ocorrido nas últimas semanas, os americanos, liderados por Donald Trump, haviam assegurado que esses bombardeios poderiam atrasar significativamente os avanços do país.
“A capacidade que eles têm está lá. Eles podem ter – em questão de meses, eu diria – algumas cascatas de centrífugas em funcionamento e produzindo urânio enriquecido”, enfatizou Grossi em uma entrevista à CBS News.
Desde o primeiro ataque israelense em 13 de junho, a AIEA perdeu acesso a várias instalações nucleares de Teerã, enquanto o governo iraniano ameaça encerrar a cooperação com a agência. As consequências de um bombardeio americano recente às plantas nucleares em Fordo, Natanz e Isfahan ainda são obscuras. Relatórios indicam que os danos podem não ter sido tão severos quanto se pensava, com centrais e estoques de urânio potencialmente preservados.
“Para ser sincero, não dá para dizer que tudo desapareceu e que não há mais nada ali”, afirmou Grossi.
Um dos principais focos da AIEA é descobrir a localização dos estoques de urânio enriquecido do Irã. Por anos, a agência questionou a presença de traços de urânio enriquecido a níveis próximos de 90%, suficientes para a produção de armas nucleares. “Se havia material, onde ele está? Então poderia haver ainda mais. Não sabemos”, destacou Grossi.
Oficialmente, o Irã afirma possuir cerca de 400 quilos de urânio enriquecido a 60%, um volume que poderia permitir a produção de mais de nove bombas nucleares. Apesar das negas do governo iraniano, que defende a natureza pacífica do seu programa, a tensão se intensifica.
“Não sabemos onde esse material poderia estar”, disse Grossi, referindo-se aos estoques de urânio.
Enquanto isso, Trump reafirma que o Irã não deve ter conseguido salvaguardar seu estoque de urânio, e avisa que o uso da força militar ainda é uma opção caso o país retome o enriquecimento. Ele expressou interesse em permitir que inspetores da AIEA conduzam averiguações nas instalações danificadas.
O Irã, por sua vez, mantém firme sua posição de que não abrirá mão do direito ao enriquecimento de urânio e dos seus programas de mísseis balísticos, elevando a incerteza sobre o futuro da região e das negociações internacionais.
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