Durante o lançamento do Plano Safra 2025, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, expressou sua preocupação com a atual taxa Selic de 15% ao ano, considerada um “desafio gigante” para a implementação do plano. Fávaro argumenta que a alta taxa é incompreensível em um cenário de inflação controlada, crescimento econômico e redução do desemprego. “Com todo respeito à equipe do Banco Central, não consigo entender como podemos ter uma Selic tão alta em um momento tão positivo para a economia”, disse ele.
O Plano Safra 2025 prevê um investimento recorde de R$ 516,2 bilhões para o agronegócio até junho de 2026, visto pelo governo como um passo fundamental para fortalecer o setor. No entanto, Fávaro ressalta que a alta dos juros representa um obstáculo considerável, exigindo que o governo utilize subsídios para manter as taxas de crédito acessíveis aos produtores rurais. “Foi um desafio enorme elaborar esse plano, especialmente com a Selic elevada”, afirmou.
A Selic, fixada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), teve um aumento significativo de 10,5% para 15% ao longo de 12 meses, alcançando o nível mais alto em quase 20 anos. Essa decisão foi apoiada pelo presidente do BC, Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula. Em defesa de Galípolo, Lula afirmou que ele está desempenhando seu papel de forma eficaz e que espera uma redução gradual da taxa nos próximos meses: “Confio que a Selic vai cair no tempo certo”, declarou.
Esse episódio evidencia um conflito persistente entre o governo e o Banco Central sobre a política monetária, que impacta diretamente decisões econômicas, especialmente no setor de crédito rural. O setor agrícola aguarda que o governo continue a compensar os efeitos da Selic elevada, assegurando que os recursos do Plano Safra sejam acessíveis e impactem positivamente a produção rural.
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