A União Europeia decidiu prorrogar até o início de agosto a suspensão de medidas retaliatórias contra os Estados Unidos, buscando uma solução negociada para as tensões comerciais. O anúncio, feito pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, surge após a ameaça do presidente americano, Donald Trump, de impor uma tarifa de 30% sobre produtos europeus a partir de 1º de agosto.
Essas novas tarifas seriam aplicadas independentemente das existentes e estão em discussão há meses entre Bruxelas e Washington. Von der Leyen destacou que, apesar da suspensão, o bloco continua se preparando para reagir, afirmando: “Estamos totalmente prontos para novas contramedidas”. O primeiro pacote de retaliações, que abrange produtos em um valor de cerca de € 21 bilhões, também está temporariamente congelado.
Um segundo conjunto de sanções, mais abrangente e que pode impactar até € 72 bilhões em exportações dos EUA, ainda está em fase de discussão e depende da aprovação dos Estados-membros da UE. Nesse cenário de incertezas, o uso do Instrumento Anticoerção, que permite impor restrições comerciais a países que pressionam economicamente os membros da União, permanece fora de pauta.
A nova ameaça de tarifação de Trump resulta de uma carta enviada a von der Leyen, onde o presidente destaca a força das relações comerciais entre os EUA e a UE, apesar dos déficits acumulados. Trump enfatiza a necessidade de um relacionamento mais recíproco, enquanto condiciona a suspensão das tarifas à abertura do mercado europeu para produtos americanos. Além disso, mercadorias reexportadas seriam incluídas nas medidas.
Apesar da tensão, a Comissão Europeia mantém a esperança de um acordo bilateral antes do prazo-limite. Setores como aeronáutica, equipamentos médicos e bebidas alcoólicas estão entre os que podem ser contemplados com concessões. Von der Leyen alertou sobre os riscos de uma escalada tarifária e reafirmou o compromisso da UE em buscar um diálogo construtivo: “Estamos prontos para continuar as negociações até 1º de agosto.”
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, também enfatizou a importância de manter o foco nas negociações, ressaltando que uma polarização excessiva poderia complicar ainda mais a busca por um acordo.
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