Recentes investigações revelaram um esquema alarmante dentro da Polícia Militar de São Paulo, onde registros da plataforma Evidence indicam manipulações de dados que permitem a exclusão e alteração de gravações feitas pelas câmeras corporais dos PMs. Um caso específico envolveu a major Adriana Leandro de Araújo, que supostamente deletou evidências crucial durante a Operação Verão, em um homicídio ocorrido em Santos.
No dia 9 de março de 2024, Joselito dos Santos Vieira, de 47 anos, foi morto em um suposto confronto policial. Testemunhas contestaram a versão oficial, afirmando que ele não portava arma. Com a presença de seis policiais, incluindo o coronel Gentil Epaminondas Carvalho, a situação se complicou quando se descobriu que a gravação do incidente foi posteriormente alterada e deletada.
O ex-soldado Bruno Dias, que ajudou na implementação das câmeras, relatou que qualquer policial com acesso ao sistema pode modificar permissões e excluir vídeos. “Esse sistema é cheio de falhas e se torna um convite à fraude”, declarou Dias. Segundo ele, até mesmo a data e a autoria das gravações podem ser manipuladas, comprometendo sua eficácia como prova legal.
“Você pode apagar vídeos, alterar informações e até mesmo mudar a data. Isso é extremamente grave, uma vez que compromete a integridade das evidências”, completou.
Após a gravação do evento ser inserida no sistema, a major Araújo fez diversas alterações, incluindo mudanças na data ocorrida e na autoria da gravação, atribuindo-a a um usuário anônimo. Tais ações tornaram impossível localizar o vídeo, dado que a busca dependia de dados que haviam sido adulterados.
O sistema Evidence foi avaliado pelo perito forense Sergio Hernandez, que alertou que a falta de inviolabilidade no armazenamento das gravações torna as evidências suscetíveis a alterações. O uso tardio de funções de segurança, como o código hash, compromete ainda mais a confiabilidade das provas apresentadas.
Desde que as câmeras corporais começaram a ser utilizadas em larga escala em 2021, surgem questionamentos sobre sua eficácia. Embora inicialmente tenham reduzido a criminalidade, a recente decisão da Secretaria de Segurança Pública de trocar por outro modelo de câmera foi recebida com críticas, pois o novo sistema não registra continuamente.
Procurada para comentar, a SSP afirmou estar conduzindo uma sindicância interna para apurar os fatos. Até o momento, não houve retorno por parte da major Araújo ou da Axon, a empresa responsável pelo sistema.
Que tal compartilhar sua opinião sobre este caso? O que você acha sobre a manipulação de evidências em situações tão graves?
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