O Superior Tribunal de Justiça (STJ) retoma nesta terça-feira (5/8) o embate jurídico envolto em um dos casos mais chocantes do Brasil: o julgamento de Adriana Villela. A arquiteta, acusada de ser a mandante do triplo homicídio que vitimou seus pais e uma funcionária da família, foi condenada a 61 anos de prisão pelo Tribunal do Júri de Brasília. Este caso, mais conhecido como Crime da 113 Sul, abalou a opinião pública e gerou debates intensos.
Em março, a Sexta Turma do STJ iniciou a análise do recurso, mas o processo foi interrompido após pedido de vista do ministro Sebastião Reis Junior. A expectativa é que a sessão de hoje comece às 14h, embora o momento exato do retorno ao julgamento ainda seja incerto. Segundo o Regimento Interno do STJ, cada processo pode ter até dois pedidos de vista — sendo que o segundo se torna “vista coletiva”, com um prazo de 60 dias que pode ser prorrogado por mais 30.
O histórico do Crime da 113 Sul é perturbador: em agosto de 2009, José Guilherme, Maria e Francisca foram brutalmente assassinados com mais de 70 facadas em seu apartamento. O porteiro do prédio foi condenado a 62 anos e os coautores Leonardo Campos Alves e Francisco Mairlon, a 60 e 55 anos, respectivamente. O podcast Metrópoles mergulhou nesse trágico caso, apresentando as teses de defesa e acusação em uma série de sete episódios detalhados.
Quando o julgamento recomeçar, o foco estará na leitura do voto do ministro Sebastião Reis, já que a defesa e a acusação não poderão mais se manifestar, a menos que indagadas pelos ministros. O relator, ministro Rogério Schietti, já expressou sua posição ao votar pela manutenção da condenação e pela prisão imediata de Adriana, ressaltando: “A maioria dos juízes populares considerou que as provas da acusação indicavam a autoria dos crimes.”
Por outro lado, os advogados de Adriana, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, e Marcelo Turbay, argumentam que o júri foi parcial. Eles alegam que uma jurada se manifestou contra a defesa em redes sociais e mentiu ao juiz. Além disso, a defesa afirma que a investigação foi falha, ignorando provas que poderiam inocentar Adriana, como um e-mail enviado por ela na hora em que supostamente estaria na cena do crime.
O desenrolar desse caso gera enorme expectativa, e resta saber qual será o destino de Adriana Villela quando o STJ finalmente retomar o julgamento. O que você acha sobre a condução desse processo? Deixe sua opinião nos comentários!
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