Prisão domiciliar de Bolsonaro pode acirrar tensões entre Brasil e Estados Unidos?

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A decisão do STF gera um novo impasse e pode prejudicar as negociações internacionais; o governo americano se manifestou nas redes sociais.

  • da Redação
  • 05/08/2025 09h43

Wilton Junior/Estadão Conteúdo

Apoiadores do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) reunidos em uma das entradas do condomínio Solar de Brasília, onde ele mora, em Brasília

Apoiadores de Jair Bolsonaro se reúnem na entrada do condomínio Solar de Brasília, onde mora o ex-presidente, para protestar contra a decisão do STF

A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, provocou reações intensas e coloca em xeque as relações entre Brasil e Estados Unidos. O governo americano, que anteriormente já se manifestou contra Moraes e impôs sanções a ele, agora expressa sua indignação novamente.

Em uma postagem na rede social X, o Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA criticou a decisão, chamando Moraes de “violador de direitos humanos”. A Casa Branca alertou que todos que colaborarem com condutas passíveis de sanção poderiam ser responsabilizados.

Essa dissensão se alinha às sanções já instauradas a Moraes, que resultaram no bloqueio de bens nos EUA, proibição de entrada no país e restrições financeiras. Essa movimentação ocorre em um momento delicado para o governo Lula, que busca mitigar a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, imposta por Donald Trump.

Especialistas divergem sobre o impacto da prisão de Bolsonaro nas negociações entre os países. Alguns acreditam que pode haver uma pressão aumentada da Casa Branca, enquanto outros sustentam que os interesses econômicos americanos prevalecem, e a questão de Bolsonaro é vista como um fator político circunstancial.

Apesar dessas incertezas, membros do governo brasileiro admitem que a decisão de Moraes pode ser um motivo para que Trump dificultasse as negociações tarifárias. Adotando uma postura cuidadosa, o governo brasileiro evita declarações públicas sobre o caso para não comprometer as tratativas com os EUA, buscando otimizar acordos sem interferências externas.

A inevitabilidade da prisão, segundo Moraes, decorre do desrespeito de Bolsonaro a medidas de cautela, como a proibição do uso de redes sociais. Contudo, a defesa do ex-presidente nega essa alegação, insistindo que todas as determinações foram seguidas. Assim, a prisão de Bolsonaro intensifica a complexidade das relações entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos.

O que você pensa sobre essa situação? Deixe sua opinião nos comentários!

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