Em um cenário político em que a distância entre representantes e representados se torna cada vez mais preocupante, é alarmante perceber que o Congresso e os tribunais se tornaram verdadeiramente alienados. A desconexão dos legislativos e dos poderes judiciários em nossa Federação levanta questionamentos sobre a real representatividade de um sistema que frequentemente ignora as vozes da população.
Dados recentes revelam que políticos e juízes federais recebem, em média, 22 vezes mais que o salário do cidadão comum. Essa estatística, que não inclui adicionais e outros privilégios, é a ponta do iceberg que representa uma realidade muito mais complexa. O que pensar de um sistema onde há esquemas de corrupção envolvendo emendas e a compra de sentenças? Como pode essa elite do poder compreender as necessidades de um povo que vive com valores grosseiramente inferiores?
O abismo entre eles se aprofunda ainda mais quando observamos a composição dos parlamentos. O número de réus em ações penais entre políticos supera a média nacional, enquanto seus patrimônios e níveis educacionais distantes da realidade da maioria corroboram a formação de um corpo alienígena em relação ao povo que deveria servir. Um exemplo recente: um tribunal decidiu investir recursos públicos na construção de uma sala VIP em um aeroporto, criando um espaço de desconexão em que os servidores públicos são distantes dos cidadãos.
Após as eleições, enquanto os políticos discutem estratégias para sua próxima campanha, os cidadãos se perguntam se as promessas feitas durante a corrida eleitoral vão realmente se concretizar. A eficácia das leis e políticas estabelecidas ao longo dos anos permanece em evidência. Apesar de importantes legislações, como a Maria da Penha ou a Lei dos Resíduos Sólidos, ainda lutamos com a violência, a degradação ambiental e os resíduos que se acumulam em nosso cotidiano.
A mudança radical que nossa sociedade precisa não será alcançada sem a abertura mental, criatividade e inovação. O marasmo da alienação política impede que se encontrem soluções viáveis para os graves problemas que afetam a qualidade de vida dos brasileiros. É hora de refletir: estamos vivendo em tristes trópicos?
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