O Brasil está verdadeiramente preparado para resguardar suas crianças vítimas de violência, tanto no mundo físico quanto no digital? Uma recente auditoria nacional, realizada por 20 tribunais de contas do país, traz à tona uma resposta alarmante: não. Os dados alarmantes serão revelados nesta sexta-feira (15/8), durante o 19º Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em Manaus (AM).
O conselheiro Renato Rainha, do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), e o auditor Ricardo Pessoa apresentarão os resultados. Rainha sublinha a gravidade da situação: “A proteção ainda é insuficiente, especialmente diante do preocupante avanço da erotização precoce e das ameaças nas redes sociais. Sem supervisão, ambientes virtuais se tornam um terreno fértil para agressores, cuja violência pode ser tão devastadora quanto no espaço físico”.
Ele alerta que, enquanto a criança é frequentemente revitimizada no atendimento físico, no meio digital essa violência é perpetuada incessantemente, evidenciando a urgência da questão: “Os dados da auditoria revelam que não estamos prontos para garantir segurança às crianças na internet”, finaliza.
A Exploração Infantil no Mundo Digital
Este contexto de preocupação é particularmente pertinente, pois coincide com debates no Congresso sobre a exploração infantil no ambiente digital, especialmente após um vídeo impactante do influenciador Felca. A discussão gira em torno dos limites entre o entretenimento e a exploração comercial de crianças, com muitos perfis geridos por adultos em uma realidade alarmante.
Os dados levantados pelos tribunais não só endereçam essas preocupações, mas também oferecem uma análise abrangente e recomendações específicas para ações efetivas em várias regiões do Brasil. Rainha, que preside o Comitê de Segurança Pública do Instituto Rui Barbosa (IRB), alerta que as plataformas digitais, ao promoverem a erotização através de algoritmos, estabelecem um ciclo contínuo de revitimização virtual, expandindo a violência sem fronteiras.
“A carência de protocolos claros nas redes sociais deixa crianças desamparadas e à mercê de agressores, que conseguem explorar vulnerabilidades enquanto as vítimas permanecem expostas. É essencial fortalecer políticas de prevenção junto com regulamentação e educação digital para interromper o início e a continuidade do abuso online”, afirmou Renato Rainha.
O 19º Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública reunirá especialistas e autoridades com o propósito de discutir soluções voltadas à diminuição da violência e da insegurança no país. As deliberações abrangem desde estratégias de combate ao crime organizado até a proteção de mulheres e crianças, incluindo inovações para o financiamento e gestão de políticas públicas de segurança.
Como você vê a proteção das crianças em meio a essas questões? Compartilhe suas opiniões e contribuções nos comentários!
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