No Brasil, a tensão está nas alturas. Enquanto proclamam que estamos sob uma ditadura liderada pelo juiz Alexandre de Moraes, figuras como Jair Bolsonaro se apresentam como mártires de uma perseguição política, elevando o delírio ao seu auge. Este cenário se intensifica à medida que se aproxima o julgamento do ex-presidente por tentativa de golpe, agendado para 2 de setembro. Seu filho, Eduardo Bolsonaro, abandonou seu mandato para conspirar nos Estados Unidos, acreditando que o Judiciário cederá às pressões. Em meio a esse frenesim, Eduardo parece alheio ao próprio tiro que disparou contra os próprios pés.
Recentemente, Eduardo fez declarações audaciosas, ameaçando novas punições, incluindo sua mulher, Viviane Moraes. Apesar de um esforço óbvio para se desvencilhar da influência de Trump, sua estratégia vem se revelando fútil. Ao lado de figuras ligadas ao governo Trump, Eduardo “denunciou” que os bancos brasileiros não respeitam as sanções aplicadas a Moraes. Sua tentativa de se mostrar próximo à elite americana nada mais é que um tiro no escuro.
Na sexta-feira, enquanto tomava conhecimento do calendário de julgamento de seu pai, realizadas sob o comando do presidente da Primeira Turma do STF, Cristiano Zanin, Eduardo viu seus próprios planos se desmoronarem. Quatro pedidos de cassação de seu mandato foram levados à Comissão de Ética, o que aumenta as chances de punição para quem provoca retaliações.
E a insegurança de Eduardo só se expande. Sua cruzada em defesa do pai, longe de fortalecer sua imagem, acaba por dar poder ao adversário, o presidente Lula, e aliá-lo ainda mais ao Congresso. Seus apoios foram danificados ao violar o que já era um delicado equilíbrio de forças.
Até as esperanças depositadas em Luiz Fux, ministro do STF, estão se esvaindo. Com suas opiniões citadas na defesa de Bolsonaro, Fux tem se mostrado menos propenso a atrasar o julgamento, mostrando que o tempo não está a favor dos Bolsonaros. É bem possível que suas intervenções fiquem restritas a questionamentos sobre o processo.
Na Câmara, as perspectivas para Eduardo são sombrias, especialmente com o clima negativo entre os deputados, muitos dos quais têm raízes nos setores que enfrentam tarifas. O PL, partido que o elegeu com mais de 741 mil votos, demonstra resistência em se associar a um deputado que seguiu um caminho controverso e insustentável.
Enquanto isso, a Polícia Federal avança em investigações que não só incluem Eduardo, mas também seu pai e o pastor Silas Malafaia. A possibilidade de consequências mais sérias para esses envolvidos se torna cada vez mais real.
Com o julgamento à vista, as vozes radicais do bolsonarismo sequer se contêm. Nas redes sociais, fantásticas teorias conspiratórias povoam as conversas, desde bloqueios de contas de empresários a intervenções armadas por Trump. Contudo, essa imaginação desenfreada não muda o fato: o Brasil está preparado para responsabilizar todos os que tentaram subverter a ordem.
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