Maior predador sexual do RS montou “dossiê do terror” com 700 vítimas

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Entre 2009 e 2025, a vida de centenas de mulheres foi tragicamente marcada por Ramiro Gonzaga Barros, um homem de 36 anos que se tornou o maior predador sexual do Rio Grande do Sul. Crianças e jovens, sem distinção de idade, foram alvo de suas ações cruéis. Até agora, a polícia confirmou 217 vítimas, principalmente em Taquara, mas as estimativas indicam que esse número pode ultrapassar 700, abrangendo diversas localidades do país.

O seu verdadeiro lado, no entanto, só veio à tona no início deste ano, graças à coragem de uma menina de 9 anos. Ela revelou à sua mãe que estava sendo ameaçada por ele através da internet, desencadeando uma investigação minuciosa que culminou na prisão de Ramiro.

O delegado Valeriano Garcia Neto descreveu como as investigações se desenrolaram após a denúncia da criança, resultando em uma operação impactante até mesmo para os policiais mais experientes. Ramiro foi detido em sua casa, onde foram encontradas provas alarmantes: entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, ele tinha assediado a menina repetidamente, instigando-a a enviar fotos íntimas.

A abertura da caixa de Pandora
Com a coleta das primeiras imagens, iniciou-se um ciclo aterrorizante de intimidações. Ramiro passou a ameaçar divulgar as fotos a menos que novas imagens fossem enviadas. Durante a apreensão, a polícia descobriu uma quantidade impressionante de arquivos digitais, todos organizados meticulosamente com o nome de suas vítimas. Mais de 750 arquivos evidenciam a gravidade de seu comportamento.

Em 11 de fevereiro de 2025, o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul denunciou Ramiro por delitos graves, incluindo o armazenamento de imagens pornográficas de crianças e a instigação da menina a produzir conteúdo explícito.

Os alvos
A extensa lista de suas vítimas abrange meninas de diversas idades, mas a maioria tinha entre 8 e 13 anos. Ramiro utilizava redes sociais para se infiltrar na vida delas, criando perfis falsos para cultivar relações de amizade. O envolvimento inicial evoluía para um ambiente de ameaças e manipulações constantes, tornando-se cada vez mais difícil para as vítimas resistirem às exigências.

Ademais, ele se envolvia em projetos sociais, oferecendo aulas gratuitas, o que lhe dava um acesso ainda maior às suas potenciais vítimas. Sua loja de animais exóticos, frequentada por escolas, também funcionava como um ponto de contato estratégico, permitindo que ele se aproximasse das meninas de forma aparentemente inocente. “Ele utilizava essas circunstâncias a seu favor”, explicou o delegado.

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