CERCEAMENTO
Sessão não aconteceu por falta de quorum. Após ouvir procurador, Presidente da comissão de Meio Ambiente afirmou que o colegiado tem ‘portas abertas’
Por Alan Rodrigues
27/08/2025 – 19:13 h

Manoel Jacaré e o procurador Cristiano Cruz durante a reunião da comissão de Meio Ambiente da Câmara de Camaçari –
O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara de Camaçari, que investiga a responsabilidade da indústria química Tronox na alta incidência de doenças crônicas registradas na localidade de Areias, tentou impedir que a reportagem de A TARDE acompanhasse a reunião marcada para esta quarta-feira, 27, com representantes daquela comunidade.
Veja vídeo:
O vereador Manoel Jacaré (PP) alegou que o encontro não seria aberto à imprensa e que o relatório, após concluído seria amplamente divulgado. Após longa conversa reservada com o Procurador Jurídico da casa, Cristiano Cruz, a presença da reportagem foi autorizada, mas, a sessão foi adiada por falta de quórum.
Os outros dois vereadores integrantes da comissão, Paulinho do Som (PT) e Dudu do Povo (União Brasil), alegaram motivos de saúde e familiares, respectivamente, deixando em aberto a data para o próximo encontro.
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O presidente da comissão, Manoel Jacaré, se comprometeu a informar assim que houver novo agendamento, pediu desculpas pela postura inicial e afirmou que o colegiado tem ‘portas abertas’ para a imprensa.
Já o Procurador, que sugeriu fornecer os documentos do inquérito, ainda que não concluído, alterou sua posição e recomendou que fosse feito um requerimento com base na Lei de Acesso à Informação para analisar a possibilidade de compartilhamento.
Pedido de socorro
Mesmo com a sessão cancelada, os representantes da comunidade de Areias pediram a palavra. Carlos Cardoso, presidente da associação que está sendo criada pelos moradores, citou a demora do judiciário em fornecer uma resposta aos processos que tramitam há quase 20 anos no Fórum de Camaçari.
Lealdina Vivas, esposa de Cardoso e vice-presidente da associação, relatou o caso de uma vizinha que deixou a comunidade para viver em outra cidade. Ela desenvolveu câncer e entrou em metástase, apresentando alta concentração de níquel no sangue.
A TARDE já ouviu especialistas que atestaram a relação entre a exposição prolongada a metais pesados e o desenvolvimento de doenças crônicas, como insuficiência renal, que pode evoluir para hipertensão e insuficiência cardíaca.
Carlos Cardoso sugeriu que os vereadores propusessem algum tipo de apoio ou assistência para custear o tratamento dos doentes em estágio avançado, buscando, inclusive, prioridade na central de regulação. Jacaré respondeu que essa solicitação poderia ser melhor atendida pelo poder Judiciário ou Executivo.
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