A reflexão sobre os eventos de 8 de janeiro de 2023 é necessária. E se Lula tivesse assinado um decreto permitindo que os militares restabelecessem a ordem pública no Distrito Federal? O decreto estava pronto e foi oferecido ao presidente na época, que viu ao vivo a invasão do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal por um número impressionante de golpistas.
Naquele momento, o clima era tenso. O ex-presidente Jair Bolsonaro, em sua gestão, havia autorizado acampamentos nas imediações do Quartel General do Exército. Para ele, a mobilização era apenas uma expressão de liberdade de opinião, não um golpe.
As missões de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) são ativadas quando as forças tradicionais de segurança não conseguem conter a situação. Elas permitem que os militares atuem com poderes de polícia em casos de grave perturbação da ordem. Tais operações são limitadas em tempo e espaço.
No entanto, antes de qualquer ação, Janja, a primeira-dama, alertou Lula. Ela temia que, se autorizados, os militares pudessem se render ao clamor dos golpistas. Lula optou então por decretar uma intervenção federal no Distrito Federal. A ordem foi reestabelecida sob o comando do interventor Ricardo Cappelli, Secretário-Geral do Ministério da Justiça. A prisão imediata dos golpistas foi evitada porque o Comandante do Exército não permitiu.
A razão para isso era clara: entre os acampados havia parentes de militares e membros das Forças Especiais. O tempo foi dado para que todos fugissem antes da ação das tropas.
A narrativa da época foi apressada e repleta de ambiguidades. O jornalismo, nesse contexto, tem se preocupado mais em relatar opiniões do que investigar e apresentar fatos de forma clara.
No entanto, com o passar do tempo, a esperança é que se compreenda melhor o que realmente ocorreu naquele dia de janeiro. A história ainda está sendo escrita e os desdobramentos estão longe de acabar.
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