A Polônia e seus aliados chamaram de “provocação sem precedentes” a incursão de drones russos no espaço aéreo polonês nesta quarta-feira, 10 de setembro. A situação levou a Otan a mobilizar suas defesas antiaéreas. Felizmente, não houve vítimas no incidente, conforme declarou o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk.
Desde o começo da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, mísseis e drones disparados pela Rússia já haviam cruzado o espaço aéreo de países membros da Otan. No entanto, é a primeira vez que um Estado da Aliança derruba esses aparelhos. Tusk informou que, durante a madrugada, foram identificados mais de 10 “objetos hostis”. “Dezenove violações do espaço aéreo foram rastreadas com precisão”, destacou no Parlamento.
O Ministério do Interior da Polônia localizou sete drones e destroços de um projétil desconhecido. Embora alguns danos tenham sido relatados, como a destruição de uma casa e um carro no leste do país, a investigação do incidente está em andamento. Tusk qualificou a incursão como “absolutamente irresponsável e imprudente”. O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, enviou um recado claro ao presidente russo, Vladimir Putin. “Acabe com a guerra na Ucrânia e pare de violar nosso espaço aéreo”, afirmou, reforçando a determinação da Aliança em defender seu território.
O Kremlin, por sua vez, não se manifestou sobre as alegações. “Essa questão é prerrogativa do Ministério da Defesa”, disse o porta-voz Dmitri Peskov. O governo dos Países Baixos confirmou participação com aviões F-35 na operação de derrubada dos drones, enquanto baterias de mísseis Patriot da Alemanha e um avião de vigilância italiano também foram acionados.
Após o incidente, Varsóvia solicitou à Otan a ativação do artigo 4 do tratado fundador da Aliança, o que permite consultas em caso de ameaças à segurança de qualquer membro. Um diplomata da Aliança afirmou que a incursão não parece indicar um conflito maior, mas sim um teste das defesas da Otan.
O aeroporto Chopin de Varsóvia e outros três terminais menores foram fechados por horas devido ao incidente. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse que pelo menos oito drones russos se dirigiram à Polônia enquanto Moscou atacava a Ucrânia com uma nova leva de drones e mísseis.
Belarus também anunciou ter derrubado drones em seu território, sem confirmar a origem deles. O incidente acontece em um momento em que estão programados exercícios militares conjuntos entre a Rússia e Belarus, de 12 a 16 de setembro. Em resposta, a Polônia fechará sua fronteira com Belarus e realizará manobras militares com a participação de 30.000 soldados de várias nações.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reforçou que a UE defenderá “cada centímetro quadrado” de seu território e condenou a violação do espaço aéreo polonês. A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, também declarou que a incursão russa foi “intencional”.
A Polônia tem sido um ponto importante de apoio à Ucrânia desde o início da invasão, abrigando mais de um milhão de refugiados e servindo como um hub crítico para a ajuda humanitária e militar. O recém-eleito presidente polonês, Karol Nawrocki, expressou preocupação de que Putin esteja se preparando para novos ataques após a guerra na Ucrânia.
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