Feijoada com paio e a anistia de 1979 podem parecer, à primeira vista, temas desconexos. No entanto, a relação que alguns tentam traçar entre a anistia dos golpistas de dezembro de 2022 e do 8 de janeiro de 2023 revela muito sobre a atual realidade política. A ideia é que, assim como a feijoada é uma tradição, a anistia da ditadura de 1979 não deve ser confundida com a situação presente.
A anistia de 1979 foi um marco importante no Brasil, simbolizando o fim gradual da repressão militar. Embora tenha beneficiado tanto a direita quanto a esquerda, os maiores favorecidos foram, sem dúvida, os militares e os policiais que cometeram crimes durante a ditadura. O caso do deputado Rubens Paiva, desaparecido e jogado ao mar, ilustra bem essa tragédia.
Enquanto a maioria dos brasileiros apoiou a anistia de 1979, a situação atual é bem diferente. Recentes pesquisas indicam que 61% da população é contra qualquer perdão a Bolsonaro e aos golpistas condenados. Em relação à prisão de Bolsonaro, metade dos entrevistados é favorável, enquanto 43% se opõem. É um cenário que pede atenção, visto que o ex-presidente já foi condenado a mais de 27 anos de prisão.
A aprovação de uma nova anistia, seja para os envolvidos nas tentativas de golpe, seja para os que participaram de atos de violência, parece improvável. Para muitos, não existe justificativa para perdoar aqueles que ameaçaram a democracia.
Entretanto, a discussão sobre a anistia não deve acabar tão cedo. A Câmara dos Deputados, antes mais sensível à voz das pessoas, hoje parece um pouco desconectada da realidade. Com a quantidade de dinheiro que recebem e os recursos que podem gerir, os políticos já não dependem tanto do voto popular.
As campanhas eleitorais muitas vezes são compradas, o que permite que muitos ignorarem as vozes das ruas e os sentimentos expressos nas pesquisas. O foco verdadeiro dos políticos parece ser mais agradar aqueles que os financiam em vez da população que representam.
E você, o que pensa sobre essa relação entre as anistias e o cenário atual? Deixe sua opinião nos comentários e vamos conversar sobre esse assunto tão importante.
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