Um pastor foi preso em Valença, na Bahia, por suspeita de abusar sexualmente de mulheres. Ele usava sua posição de liderança na igreja para induzir fiéis a práticas sexuais, justificando como rituais espirituais de purificação. A detenção aconteceu na segunda-feira (15).
A Polícia Civil revelou que as vítimas eram convencidas a manter sigilo sobre os encontros, alegando que esses atos faziam parte de “campanhas de libertação” na cidade de Mata de São João, na região metropolitana de Salvador, especificamente na Assembleia de Deus Trindade Santa.
O pastor, identificado como Nerivaldo Jesus Santos, mencionava em suas pregações a presença de “íncubos e súcubos”, supostos espíritos malignos que atormentariam os fiéis. Segundo ele, apenas os rituais que ele conduzia poderiam proporcionar a libertação espiritual desejada.
Uma das vítimas relatou que, após o término de um relacionamento, o pastor a convenceu de que a separação ocorreu devido a “fornicação” e que a solução seria participar de uma campanha espiritual de sete dias. As denúncias também indicam que os rituais deveriam ser mantidos em segredo, alegando que apenas seriam compreendidos em “culturas africanas”.
Durante a investigação, a polícia identificou um padrão de manipulação que envolvia a fé e a vulnerabilidade emocional das vítimas, além da confiança depositada na figura de autoridade espiritual. O delegado Aldacir Ferreira enfatizou que o crime não só atenta contra a dignidade das vítimas, mas também envolve a manipulação psicológica e espiritual.
O pastor, que já enfrentava outro inquérito por estupro, foi localizado em Valença. Após a realização dos exames legais, ele permanece sob custódia à disposição da Justiça. A operação contou com o suporte de várias equipes policiais, incluindo a 1ª Delegacia Territorial de Mata de São João e o Núcleo de Atendimento à Mulher em Valença.
O caso levanta preocupações sobre a vulnerabilidade de pessoas em ambientes religiosos e a necessidade de proteção contra abusos.
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