Na última segunda-feira, 22 de setembro de 2025, pelo menos 50 prefeituras francesas, a maioria delas de esquerda, hastearam a bandeira palestina em um ato simbólico. O movimento visa apoiar o reconhecimento do Estado palestino pela França, mesmo diante da contrariedade do governo nacional, que alertou para os riscos de tensões internas.
O presidente Emmanuel Macron pretende oficializar o reconhecimento durante a Assembleia Geral da ONU em Nova York. Essa decisão, que cumpre uma promessa feita anteriormente, gerou reações fortes por parte de Israel. Segundo o Ministério do Interior, 52 das aproximadamente 35 mil localidades do país participaram do ato.
A cidade de Saint-Denis, na região metropolitana de Paris, foi uma das primeiras a se manifestar, contando com a presença do líder socialista Olivier Faure. Ele defendeu que o gesto é um símbolo da busca por uma solução com dois Estados.
Em Paris, a prefeita Anne Hidalgo decidiu não aderir à campanha. No entanto, no último domingo, ela projetou as bandeiras de Israel e da Palestina na Torre Eiffel, acompanhadas de uma pomba da paz. Apesar disso, ativistas hastearam uma bandeira palestina na fachada da prefeitura, permanecendo lá por cerca de meia hora.
O Ministério do Interior, sob a direção do conservador Bruno Retailleau, enviou um telegrama aos prefeitos pedindo que não adotassem essa medida. O ministério argumentou com base no princípio de neutralidade do serviço público e alertou sobre a possibilidade de importação do conflito ao território francês, além de riscos de distúrbios à ordem pública.
A Justiça já tomou providências em algumas cidades. Em Malakoff, ao sul de Paris, a prefeita comunista Jacqueline Belhomme foi multada em 150 euros por dia de desobediência. Ela afirmou que manterá a bandeira hasteada até, pelo menos, terça-feira, 23.
Esse debate lembra outras polêmicas recentes no país. Em 2022, várias cidades exibiram bandeiras ucranianas em apoio à resistência contra a Rússia. Já em 2023, a Justiça ordenou a remoção de bandeiras de Israel hasteadas em Nice após os ataques do Hamas.
Essa discussão continua acirrada e reflete a complexidade das relações internacionais e a influência que eventos globais têm nas cidades da França. O que você acha sobre esses atos de apoio? Deixe sua opinião nos comentários!
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