Dias antes de morrer, soldado disse à tia que deixava arma sem munição

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Uma semana antes de sua morte, Christian Paiva Korosi, um soldado de 19 anos, comentou com sua tia sobre manter a arma que usava desmuniciada. Ele foi encontrado morto na guarita onde trabalhava, com um tiro de fuzil na cabeça, no dia 27 de julho do ano passado, em um quartel do Exército na zona oeste de São Paulo.

A morte de Christian foi classificada como suicídio pelo Exército, embora a família acredite que houve falhas na investigação, conforme revela um laudo particular solicitado por eles. Juliana Korosi, mãe de Christian, acredita que o filho não cometeu suicídio e defende que ele pode ter sido vítima de um acidente ou homicídio.

A tia de Christian, Camilly Korosi, que é apenas um ano mais velha que ele, contou ao Metrópoles sobre uma conversa que tiveram. Uma semana antes de sua morte, ela perguntou se ele tinha medo da arma no trabalho, lembrando que eles jogavam videogame juntos, utilizando armas apenas em um contexto lúdico. Christian assegurou que nunca deixava munição em sua arma.

“Ele me explicou pacientemente como a arma funcionava e que, mesmo com munição, ela não dispararia se estivesse travada”, disse Camilly, relembrando a proximidade entre eles.

Camilly e Christian cresceram juntos, quase como irmãos, e ela lembrou como ele foi um apoio durante um período difícil em sua vida. Após a morte do namorado de Camilly, Christian a ajudou a recuperar sua alegria com pequenas ações cotidianas.

Aventureiro e Apaixonado por Animais

Nascido em 26 de dezembro de 2004, Christian sempre teve uma personalidade aventureira. Ele gostava de escalar móveis na infância e era apaixonado por animais, frequentemente trazendo bichos de uma chácara próxima. Christian também sonhou em ser jogador de futebol e gamer antes de seguir a carreira militar.

Sua mãe, Juliana, destacou que ele vestia a farda do Exército com orgulho e sonhava em migrar para a Polícia Militar, o que poderia ocorrer apenas em setembro deste ano.

Inconsistências na Investigação

O laudo oficial sobre a morte de Christian contém discrepâncias, como a descrição de sinais de tiro encostado e a altura do jovem, informada como 1,74 metro quando, na verdade, ele media 1,62 metro. Além disso, o celular de Christian foi devolvido à mãe apenas sete meses após sua morte, sem qualquer perícia.

A advogada da família, Marinalva de Aguiar, acredita que a investigação militar foi inadequada e muitas questões foram encobertas. “É óbvio que o Exército não vai admitir um erro”, afirma.

Novo Pedido em Andamento

Diante das contradições, o Ministério Público Militar pediu novas diligências. Eles querem esclarecimentos sobre os laudos e documentos do Exército para resolver as inconsistências. O promotor responsável ainda não confirmou se solicitará a reabertura do caso.

Posição do Exército

O Comando Militar do Sudeste afirmou que novas investigações foram realizadas conforme solicitado pelo Ministério Público. O Exército defende que as conclusões sobre o suposto suicídio de Christian foram baseadas em análises adequadas. Eles não comentaram sobre as contradições apontadas no laudo particular.

A história de Christian destaca a busca da família por justiça e transparência. É um lembrete do impacto que um incidente pode ter em uma cidade e a luta de quem fica para descobrir a verdade. O que você pensa sobre essa situação? Compartilhe suas opiniões nos comentários.

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