Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado, foi assassinado em Praia Grande, SP, após deixar o trabalho, levantando preocupações sobre segurança pública.
Na manhã desta segunda-feira (29), a Polícia Civil deu continuidade às investigações sobre o assassinato de Ruy Ferraz Fontes, ocorrido em uma emboscada no dia 15 de setembro. Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em Santos, Praia Grande e São Vicente. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) revelou que os alvos têm ligações com funcionários da Prefeitura de Praia Grande, onde Fontes atuava como secretário de Administração desde 2023.
Uma das linhas de investigação sugere que o assassinato pode estar relacionado à sua atuação no cargo. A operação foi realizada pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), que recolheu documentos e outros materiais em imóveis associados a suspeitos. A SSP informou que as diligências estão em andamento e detalhes adicionais serão mantidos em sigilo para preservar a autonomia do trabalho policial.
Ruy Ferraz Fontes, de 64 anos, foi delegado-geral da Polícia Civil entre 2019 e 2022. Especialista em combate ao crime organizado, teve um papel fundamental no enfrentamento do Primeiro Comando da Capital (PCC) desde os anos 2000, promovendo a transferência de líderes da facção para presídios federais. Além de sua carreira na polícia, foi professor de Criminologia e Direito Processual Penal e, após se aposentar, assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande, posição que ocupava até seu trágico assassinato.
Prisões e foragidos
Até o momento, quatro pessoas foram presas sob suspeita de envolvimento no crime:
- Dahesly Oliveira Pires, 25 anos, acusada de transportar um fuzil usado no ataque;
- Luiz Henrique Santos Batista, 38 anos, conhecido como Fofão, acusado de participar da logística do crime;
- Rafael Marcell Dias Simões, 42 anos, conhecido como Jaguar, que se apresentou voluntariamente à polícia;
- Willian Silva Marques, 36 anos, proprietário de uma casa em Praia Grande que teria sido utilizada pela quadrilha.
Além disso, outros quatro investigados permanecem foragidos:
- Felipe Avelino da Silva, 33 anos, encontrado DNA em um dos carros usados no crime;
- Flávio Henrique Ferreira de Souza, 24 anos, identificado por impressões digitais e DNA;
- Luiz Antonio Rodrigues de Miranda, 43 anos, namorado de Dahesly, acusado de ordenar o transporte de armas;
- Umberto Alberto Gomes, 39 anos, com digitais encontradas em uma casa utilizada como apoio em Mongaguá.
As investigações indicam que duas residências no litoral paulista serviram de base para a quadrilha. Uma das casas em Praia Grande foi onde Dahesly teria buscado um fuzil. O local, situado no bairro Jardim Imperador, apresentava pichações com frases como “Justiça tarda + não falha”. Outra casa em Mongaguá, alugada semanas antes do crime por um dos suspeitos, também foi periciada e apresentou impressões digitais.
O ataque aconteceu logo após Fontes deixar a Prefeitura. Câmeras de segurança registraram o momento em que três homens armados desembarcaram de uma caminhonete e dispararam contra o veículo do ex-delegado, ação que durou menos de 40 segundos.
Esse caso traz à tona questões importantes sobre a segurança na região e a necessidade de uma resposta contundente das autoridades. O que você acha sobre a segurança pública em sua localidade? Deixe sua opinião nos comentários.
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