O restaurante Jamile, famoso por ter o chef Henrique Fogaça à frente, está com suas atividades suspensas. A decisão veio após o desabamento do mezanino que resultou na morte da funcionária Suenia Maria Tomé Bezerra, de 57 anos, e deixou outras cinco pessoas feridas. O incidente ocorreu na quarta-feira, dia 8, na Rua Treze de Maio, um conhecido polo gastronômico de São Paulo.
Localizado no Bixiga, região central da cidade, o restaurante está classificado como irregular no Cadastro de Edificações do Município (CEDI). A Prefeitura de São Paulo informou que o estabelecimento havia realizado reformas sem autorização. O imóvel, que anteriormente foi uma agência do Banco Real, reabriu em 2015 após várias ampliações não aprovadas.
Em uma nota, o Jamile defendeu-se, alegando possuir alvará de funcionamento, Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) e Habite-se. A administração afirmou que “regularizou todos os ajustes apontados pela administração municipal, algo comum em projetos” e expressou solidariedade à vítima do acidente.
Contudo, a Subprefeitura Sé confirmou que o pedido de reforma do restaurante foi arquivado após indeferimentos, destacando que os alvarás de funcionamento são autodeclaratórios. Apesar de ter documentação de 2022 que atestava “as condições de higiene e segurança do imóvel”, o histórico de irregularidades levanta preocupações.
Henrique Fogaça utilizou suas redes sociais para lamentar o ocorrido, esclarecendo que sua participação no Jamile foi apenas na concepção inicial e na consultoria do menu, sem envolvimento na gestão operacional.
Os sócios fundadores do Jamile são Alberto Hiar, conhecido pelo projeto Cavalera, e Anuar Tacach, da agência Out Out Office. Contudo, documentos de regularização estão sob o nome de Orlando Laurenti, associado à Padaria Basilicata, localizada nas proximidades. Tentativas de contato com Laurenti não tiveram resposta.
Histórico de Irregularidades e Negativas
O alvará de reforma do Jamile foi arquivado em 2023, após uma série de indeferimentos pela Secretaria de Urbanismo e Licenciamento. Em 2020, um pedido de reconsideração de alvará de reforma foi negado, assim como outro pedido em 2015 por não atender às exigências da Prefeitura. Em seu parecer, a administração municipal já havia apontado discrepâncias na metragem do mezanino.
A aprovação anterior para reformas em 2012 ressaltou a necessidade de conformidade com a legislação municipal, dada a localização do imóvel em uma área de proteção de patrimônio histórico.
Este caso destaca a importância de garantir a segurança em estabelecimentos que abrigam pessoas e a responsabilidade dos proprietários em seguir regulamentações. O que você acha sobre a situação do restaurante? Compartilhe sua opinião nos comentários.
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