No último sábado, 11 de outubro, milhares de palestinos começaram a voltar para a Cidade de Gaza, no segundo dia de um cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Essa pausa nas hostilidades permitiu que muitos deslocados, exaustos da viagem, pudessem retornar às suas casas, que em grande parte foram devastadas durante as recentes ofensivas do Exército israelense.
O cessar-fogo foi estabelecido na sexta-feira, com Israel retirando suas tropas de várias áreas do território palestino. Essa decisão pode abrir caminho para a liberação de reféns israelenses mantidos em Gaza desde o ataque do Hamas em 7 de outubro.
Raja Salmi, uma das retornadas, descreveu a exaustiva jornada de mais de 15 km que fez entre Khan Yunis e a Cidade de Gaza. Ao chegar ao seu bairro, descobriu que sua casa não passava de escombros. “Fiquei em frente e chorei. Todas as memórias são apenas poeira”, lamentou.
Na Cidade de Gaza, a destruição é palpável. Segundo a ONU, a localidade tinha cerca de um milhão de habitantes antes do conflito, e agora muitos prédios estão em ruínas. Saher Abu al Ata, outro morador, expressou a devastação ao observar os escombros do hospital infantil Al Rantisi, afirmando que as imagens falam mais do que qualquer palavra. Desde o início do cessar-fogo, cerca de 250.000 pessoas já retornaram ao norte do território palestino.
O acordo de paz proposto por Donald Trump, que é baseado em um plano de 20 pontos, prevê também a libertação de 47 reféns, mortos e vivos, entre os 251 sequestrados durante os ataques do Hamas. Em troca, Israel soltará 250 prisioneiros, incluindo alguns condenados por crimes graves, além de 1.700 moradores de Gaza detidos desde o início da guerra.
Trump demonstrou confiança na manutenção da trégua, destacando que ambos os lados estão cansados de lutar. Ele ainda confirmou planos de visitar Israel e Egito neste fim de semana.
A situação humanitária em Gaza é crítica. Após a ONU declarar estado de fome em agosto, as agências de ajuda esperam que a trégua facilite as operações de socorro. Israel autorizou a entrega de 170.000 toneladas de ajuda, sendo estas destinadas a atender necessidades básicas de saúde, alimentos e abrigo para dois milhões de pessoas que enfrentam o frio do inverno sem um lar.
O conflito já causou a morte de pelo menos 67.682 pessoas, segundo o Ministério da Saúde local. Esse número não distingue civis de combatentes, mas a ONU acredita que mais da metade dos mortos são mulheres e crianças. Em Israel, o ataque do Hamas resultou na morte de 1.219 pessoas, a maioria civis.
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