Um documento interno do Serviço Geológico do Brasil (SGB) mostra que o presidente da estatal, Inácio Cavalcante, pediu à Corregedoria a investigação de um grupo de WhatsApp com cerca de 300 servidores. A motivação é a suspeita de que esse chat funcione como um “grupo paralelo”, onde funcionários discutem questões internas e criticam a gestão do presidente.
Cavalcante menciona o analista de Geociências Bruno Luiz Schoenwetter como criador do grupo em novembro de 2022, antes de sua posse como diretor-presidente do SGB. As mensagens do grupo revelam críticas à sua administração e levantam especulações sobre pretensões políticas de Cavalcante.
Em uma das mensagens, Schoenwetter questiona a capacidade de Cavalcante de liderar a instituição, afirmando que “nunca viu um gestor com tanto potencial para acabar com o SGB”. O presidente destaca, em seu pedido de apuração, que não é contra a formação de grupos, mas considera algumas condutas dos servidores preocupantes.
Entre as condutas citadas estão questionamentos sobre atos administrativos, divulgação de informações não verificadas e incitação de atitudes confrontadoras entre colegas. Cavalcante solicitou à área responsável a apuração desses fatos e possíveis violações éticas.
Além disso, ele anunciou a criação de uma Comissão de Processo Administrativo Sancionador (PAS), composta por três servidores nomeados para cargos chave na estatal. Priscila Souza Silva, representante da Associação de Empregados da CPRM/SGB, também fará parte da comissão.
Conversas registradas
Documentos anexados ao processo revelam mensagens com críticas à gestão de Cavalcante. Schoenwetter sugere que ele planeja se candidatar a deputado federal pelo Tocantins, o que, segundo ele, influenciaria o início de um importante projeto do SGB sobre mapeamento do subsolo brasileiro.
O ambiente atual é tenso. Cavalcante, ex-marido da senadora Eliziane Gama, é alvo de críticas por sua falta de formação em geociências e por processos legais que envolvem acusações de crimes ambientais e uso de documentos falsos.
Recentemente, notas fiscais revelaram que os filhos de Cavalcante foram hospedados em hotéis de Florianópolis (SC) e Maceió (AL) com recursos públicos, consumindo itens como camarão flambado e hambúrgueres. A estatal se defende, alegando que as notas foram emitidas em nome de terceiros.
Com um cenário de polêmica e oposição interna, a situação no SGB promete se intensificar. O que você pensa sobre essa situação? Compartilhe suas opiniões nos comentários abaixo.
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