Os brasileiros estão menos dispostos a consumir, de acordo com dados divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em outubro, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) recuou 0,5% em relação a setembro, atingindo 101,0 pontos. Este é o menor nível desde o início do ano, embora ainda dentro da zona de otimismo.
Com três meses seguidos de queda, o índice apresenta uma retração de 1,9% em comparação com o mesmo mês de 2024. A CNC atribui esse enfraquecimento à alta taxa básica de juros (Selic) e à incerteza no mercado de trabalho. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, ressalta que mesmo com os índices de desemprego em baixa, há uma percepção de insegurança entre as famílias, levando-as a consumir menos para lidar com dívidas.
Nenhum dos sete componentes do ICF teve melhora em outubro. As maiores quedas foram no nível de consumo atual e na perspectiva profissional, ambas com recuo de 1,6%. Além disso, houve quedas em emprego atual (-0,6%) e perspectiva de consumo (-1,0%). O acesso ao crédito e o momento para a compra de bens duráveis permaneceram estáveis.
Os dados mostram que a retração no consumo afetou todas as faixas de renda. Famílias com rendimento inferior a 10 salários mínimos tiveram uma queda de 0,5%, voltando à zona de insatisfação. Já aquelas com renda superior a 10 salários mínimos apresentaram um recuo de 1,0%. A CNC aponta que a necessidade de crédito para manter o consumo ainda aquece o comércio imediato, mas a Selic alta impacta a inadimplência, o que pode reduzir essa movimentação.
O cenário atual é um lembrete de que, mesmo em tempos desafiadores, a forma como as famílias lidam com as finanças pode fazer toda a diferença. Compartilhe sua opinião sobre esse tema e como ele pode impactar sua localidade.

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