Áudios de WhatsApp mostram conversas de uma filiada ao Partido Liberal (PL) na cidade de Rio Claro, interior de São Paulo, negociando a devolução de parte do valor de uma emenda parlamentar municipal. Amanda Servidoni, que se apresenta como “assessora” da deputada estadual licenciada Valéria Bolsonaro, é a protagonista dessas gravações.
Amanda, ex-servidora da Prefeitura de Rio Claro, é também presidente do projeto social “Mulheres pela Fé”, com Valéria como madrinha. Recentemente, Valéria inaugurou um escritório político em um local que também abriga o projeto de Amanda.
Nos áudios, Amanda solicita a devolução de R$ 100 mil de uma emenda de R$ 300 mil destinada a uma cidade da região, cujo nome não é mencionado. Ela menciona que o prefeito local planeja gastar R$ 100 mil, mas quer garantir uma parte maior do montante. “Se ele vai gastar 100, ele não pode ficar com 200 e nós com 30?”, diz ela, deixando claro que não deseja apenas 10%. Além disso, Amanda pede dinheiro para “abrir portas” em outros municípios.
Uma terceira pessoa nas gravações fala sobre emendas parlamentares e a articulação com prefeitas e deputadas, sem citar nomes. Questionada, Amanda admite que é autora dos áudios, mas nega estar tratando de emendas. “Trabalho com projetos”, afirmou, sem querer se aprofundar no assunto.
Quem é Amanda Servidoni
- Amanda Servidoni é presidente do projeto social “Mulheres pela Fé”, com apoio de Valéria Bolsonaro.
- Até o início deste ano, ocupava o cargo de chefe de gabinete do vice-prefeito de Rio Claro.
- Filiou-se ao PL em junho, em um evento com o presidente do partido e a secretária Valéria Bolsonaro.
- Recentemente, as emendas enviadas por Valéria Bolsonaro, enquanto era deputada, têm coincidido com o valor discutido nos áudios, mas não há comprovação de que Amanda negociou esses valores.
Mulheres pela Fé
Nos áudios, Amanda também discute um projeto de musicalização e outro em parceria com uma pastora, supostamente com o assessor jurídico de Valéria Bolsonaro. Eduardo Aparecido dos Santos, que participa das negociações, enfatiza que Amanda é uma “assessora regional”, e as conversas sobre “cashback” não envolvem a secretária.
Em resposta a uma reportagem, a Secretaria de Políticas para a Mulher esclareceu que os temas discutidos não pertencem à sua competência e que as emendas parlamentares seguem procedimentos legais definidos por órgãos de controle.
A secretária Valéria Bolsonaro não se manifestou sobre sua relação com Amanda Servidoni até o fechamento desta reportagem. E você, o que pensa sobre essas revelações? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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