João Antônio Franciosi, um destacado empresário do agronegócio, está na mira da justiça por suspeitas de pagar R$ 26 milhões para adquirir decisões judiciais favoráveis. Ele é conhecido não apenas por seu sucesso no setor agrícola, mas também por ser piloto de rali e por financiar partidos de direita. No entanto, seu histórico é controverso, incluindo registros de desmatamento ilegal segundo o Ibama.
Franciosi, que comanda o Grupo Franciosi, uma das 100 maiores empresas do agronegócio do Brasil, foi alvo de um mandado de busca e apreensão da Polícia Federal no início deste mês. Ele é acusado de fazer parte de uma organização criminosa envolvida em grilagem de terras no Piauí por meio de sentenças manipuladas. Relatórios indicam que ele pagou R$ 26 milhões para garantir decisões favoráveis do desembargador José James do Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI).

O Grupo Franciosi opera principalmente com soja e algodão, administrando uma vasta área de 82 mil hectares, equivalente a metade da cidade de São Paulo. Recentemente, o Ibama embargou 1,5 mil hectares de suas propriedades por práticas ilegais de desmatamento, em uma operação intensa que resultou em oito embargos em um curto período.

Antes de se tornar alvo de investigações, Franciosi era um nome conhecido no agronegócio e um competidor ativo em ralis, sendo campeão do Rali dos Sertões em 2013. Ele se estabeleceu em Luís Eduardo Magalhães em 1987, onde se tornou uma figura influente na localidade. Nas últimas eleições, fez doações significativas para partidos políticos locais.
Como funciona o esquema de compra de sentenças?
A investigação da Polícia Federal revela que Franciosi está ligado a um esquema de compra de decisões no TJPI. Ele, junto a intermediários, teria movimentado mais de R$ 100 milhões através de uma empresa fictícia. Entre setembro de 2023 e agosto de 2024, fez transferências que totalizaram cerca de R$ 26 milhões a advogados envolvidos na manipulação das sentenças.
O pagamento tinha como objetivo favorecer a empresa Sundeck Holding Ltda em uma disputa sobre uma fazenda de 22,5 mil hectares no Piauí.
Franciosi foi mencionado em um mandado de busca realizado pela PF em outubro de 2025, parte de uma investigação que resultou no afastamento do desembargador José James. Além disso, ele enfrenta outras acusações no âmbito da operação “Faroeste”, que investiga grilagem de terras e a venda de sentenças na Bahia.
O que dizem os envolvidos?
As defesas dos envolvidos foram contatadas, mas as respostas foram limitadas devido à natureza delicada do caso. A defesa de José James afirmou que o desembargador não compactuou com erros éticos e que o processo está em segredo de justiça. A defesa do advogado Paulo Ramos também defendeu a legalidade de suas ações, insistindo que sempre atuou de forma transparente.
Esse caso levanta sérias questões sobre corrupção no sistema judicial e a influência que grandes empresários podem ter nas decisões judiciais. O que você acha dessa situação? Compartilhe sua opinião nos comentários.

Facebook Comments