O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, está realizando esforços diplomáticos para proteger o Brasil das consequências da atual crise geopolítica de semicondutores. Ele contatou o embaixador chinês no Brasil e o embaixador brasileiro na China para iniciar negociações, conforme informou Uallace Moreira, secretário de Desenvolvimento Industrial do Mdic, após reunião com representantes da Anfavea e da Abipeças.

Durante o encontro, Uallace destacou que a iniciativa de Alckmin é clara: o Brasil não deve ser afetado por esse conflito internacional. “Ele já fez as ligações necessárias para esclarecer que o Brasil está fora dessa crise”, afirmou.

O setor automotivo, que representa cerca de 20% da indústria de transformação no Brasil, está particularmente em risco. A escassez de semicondutores já havia causado interrupções significativas durante a pandemia e agora é agravada pelas restrições impostas à Nexperia, uma fabricante de chips chinesa que controla 40% do mercado global desse tipo de componente. O governo holandês assumiu o controle da empresa recentemente, tornando a situação ainda mais complicada.

Uallace frisou a importância de dialogar com o governo chinês para evitar que o Brasil sofra as consequências da crise. Ele enfatizou que a paralisação do setor automotivo pode impactar diretamente cerca de 130 mil empregos e mais de 1,3 milhão de postos de trabalho diretos e indiretos.

A Anfavea, por sua vez, já alertou que as montadoras sentirão os efeitos da crise nas próximas semanas, afetando diversos segmentos, incluindo veículos leves e pesados. Igor Calvet, presidente da entidade, acredita que articulações com o governo chinês podem mudar esse cenário.

Com uma prioridade total atribuída ao tema por Alckmin, o Brasil se comprometeu a garantir o fornecimento de chips para atender à demanda interna, sem interesse em exportá-los. O objetivo é resolver a situação de forma que o país mantenha a rastreabilidade da compra desses componentes.

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