O ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, faleceu nesta terça-feira, aos 84 anos. A família confirmou a informação, mas não divulgou a causa da morte. Cheney foi o 46º vice-presidente, ocupando o cargo durante os mandatos de George W. Bush, de 2001 a 2009.
Cheney é uma figura amplamente conhecida na política americana, tanto por sua influência quanto pela controvérsia que gerou. Durante seu tempo no cargo, ele teve um papel significativo na formulação das políticas de segurança nacional pós-11 de setembro, incluindo a invasão do Iraque em 2003 e o endurecimento das práticas de interrogatório de suspeitos de terrorismo.
Nascido em Lincoln, Nebraska, em 1941, iniciou sua trajetória política nos anos 60 como membro do Partido Republicano. Cheney trabalhou como chefe de gabinete da Casa Branca no governo de Gerald Ford e atuou como deputado federal em Wyoming por seis mandatos. Entre 1989 e 1993, foi secretário de Defesa no governo de George H. W. Bush, coordenando a Guerra do Golfo durante a invasão do Kuwait pelo Iraque.
Antes de sua vice-presidência, Cheney também teve uma carreira no setor privado, sendo presidente da Halliburton, uma grande empresa de energia e defesa. Essa ligação gerou dúvidas sobre conflitos de interesse e levantou críticas sobre a influência do setor bélico nas decisões governamentais.
Cheney enfrentou diversos problemas de saúde ao longo dos anos, incluindo múltiplos infartos e um transplante de coração em 2012.
Após a notícia de sua morte, líderes republicanos se manifestaram. O ex-presidente George W. Bush declarou que Cheney foi “um conselheiro leal e um amigo inabalável”. Liz Cheney, filha do ex-vice-presidente e crítica de Donald Trump, destacou que seu pai “serviu o país com coragem e convicção até o fim”.
Nos últimos anos, Cheney se tornou um dos principais críticos de Donald Trump dentro do Partido Republicano. Embora tenha apoiado candidatos conservadores, via o ex-presidente como uma ameaça às instituições democráticas. Em 2022, gravou um vídeo em apoio à filha, chamando Trump de “covarde” e “o maior perigo que já enfrentamos para a nossa República”.
A morte de Dick Cheney marca o fim de um capítulo significativo da política americana do século XXI. Para muitos, ele foi um estrategista firme em tempos de crise, moldando a resposta dos Estados Unidos ao terrorismo. Para outros, ele simbolizou o excesso de poder do Executivo e a falta de transparência nas decisões de guerra.
Mesmo após deixar o cargo, Cheney continuou a ser uma voz influente no Partido Republicano, sendo um dos poucos membros históricos da sigla a se opor publicamente a Donald Trump.
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