PF vê indícios de propina em Sorocaba envolvendo empresas e políticos

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Uma investigação da Polícia Federal (PF) revela indícios de um esquema de propina em Sorocaba, SP, que envolve empresas prestadoras de serviços à prefeitura e membros da administração pública. As informações surgiram a partir de anotações encontradas no celular de Josivaldo Batista de Souza, pastor e concunhado do prefeito afastado Rodrigo Manga.

O relatório sigiloso da PF indica que, além de contratos na Saúde, há envolvimento de pelo menos cinco empresas que atuam em diferentes áreas da gestão pública sorocabana. Entre os registros, estão mencionadas a City Transportes Urbanos, o Consórcio Sorocaba Ambiental, a Eteng Engenharia, a Única Sorocaba Vigilância e a Amhemed Assistência em Saúde. Ninguém dessas empresas foi alvo de operações na semana passada.

Durante a primeira fase da Operação Copia e Cola, realizada em abril, a PF apreendeu R$ 700 mil em dinheiro vivo no porta-malas do carro de Josivaldo. Além disso, também foram encontrados envelopes com inscrições que levantam suspeitas de relação com pagamentos de propina. Uma anotação ligada à Amhemed Assistência em Saúde, que firmou contratos com a prefeitura, chamou a atenção dos investigadores.

A PF apontou “fortes indícios” de que a manutenção dos contratos com a empresa se deu mediante pagamentos irregulares, o que foi corroborado por diálogos entre Manga e o filho do proprietário da Amhemed. O que se observa é a possibilidade de um esquema complexo de corrupção ligado à gestão de Manga.

Envelope com Contante em Carro de Pastor

Além do dinheiro encontrado, os investigadores descobriram um envelope com a inscrição “PRETT”, que também aparece na contabilidade paralela de Josivaldo, com valores que somam R$ 90 mil. Em troca de mensagens, ele se comunica com Fernando Prette, sócio da Única Sorocaba, reforçando ainda mais as suspeitas.

A PF tratou esses dados como evidências da ousadia do grupo investigado, já que um novo contrato com a empresa foi firmado enquanto a polícia já estava coletando informações sobre as práticas ilícitas envolvendo recursos públicos.

Suspeitas em Contratos de Coleta de Lixo

As investigações apontam ainda registros que relevantes R$ 2,8 milhões vinculados ao termo “lx”, que a PF supõe ser uma referência a pagamentos de propina relacionados à coleta de lixo por um consórcio de empresas. Josivaldo registrou uma visita a uma das empresas envolvidas, conhecida por ter um histórico de escândalos em Sorocaba.

Outras saídas de dinheiro na contabilidade paralela indicam repasses a amigos e aliados políticos de Manga, reforçando um padrão suspeito de distribuição de valores a agentes públicos.

Respostas e Repercussões

A defesa de Rodrigo Manga qualificou a investigação como ilegal e sem fundamentos. Até o momento, a prefeitura de Sorocaba informou que não foi oficialmente notificada sobre o caso e que não teve acesso ao conteúdo sigiloso da investigação.

A Bialski Sociedade de Advogados, que representa Manga, também se manifestou, esclarecendo que já atuava para a defesa do prefeito e de sua família antes do início das investigações. Os desdobramentos dessa operação ainda estão em andamento e poderão trazer novidades significativas para a população de Sorocaba.

E você, o que acha dessa situação em Sorocaba? Deixe sua opinião nos comentários.

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