O Comitê contra a Tortura da ONU expressou, nesta terça-feira (11), sua preocupação com os “maus-tratos sistemáticos e generalizados” de palestinos em prisões israelenses. O relator do grupo de especialistas, Peter Kessing, levantou questionamentos sobre a aplicação da convenção internacional contra abusos em territórios ocupados.
Durante a sexta revisão de Israel perante o comitê, que avalia o cumprimento da Convenção contra a Tortura, assinada pelo país em 1986, Kessing destacou que os relatos incluem abusos a crianças e grupos vulneráveis. As denúncias vêm de diversas fontes, incluindo organizações internacionais e ONGs, que oferecem descrições detalhadas das torturas.
Os abusos mencionados incluem espancamentos, golpes em genitais, simulação de afogamento, insultos sexuais e até a obrigação de permanecer em posições dolorosas por longos períodos. Um médico israelense chegou a relatar que amputações entre palestinos de Gaza se tornaram um procedimento “de rotina”, devido às lesões por algemas.
Kessing enfatizou que a tortura se transformou em uma prática deliberada e comum de política estatal, permeando todos os sistemas legais e operacionais. Ele questionou a delegação israelense sobre sua posição em relação à convenção quando atuam em territórios palestinos ocupados.
A delegação israelense, liderada pelo embaixador em Genebra, Daniel Meron, afirmou que todas as denúncias são investigadas por uma unidade especial. Um representante desse grupo informou que os interrogatórios são monitorados por vídeo e que 107 casos foram investigados em 2024, reduzindo para 69 em 2025.
Kessing reiterou que o descumprimento da convenção por uma das partes em um conflito não justifica abusos da outra parte sob a legislação internacional. O comitê, formado por 10 especialistas, vai continuar sua análise da situação em Israel até o dia 20 de novembro, também incluindo a avaliação de outros países.
Esta questão crítica mobiliza a opinião pública e suscita debate. O que você acha dessas denúncias? Compartilhe sua opinião nos comentários.


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