Neste domingo (16), cerca de 15,6 milhões de eleitores no Chile são chamados a votar em uma eleição que representa mais um embate entre a esquerda e a extrema-direita. A tensão cresce em um país que busca estabilidade diante de um aumento significativo da violência. A taxa de homicídios, que triplicou na última década, está agora em 6,7 por 100 mil habitantes, embora ainda permaneça abaixo da média da América Latina, que é de 15 homicídios por 100 mil.
Para muitos, o crescimento da violência é associado à imigração irregular. O Chile se tornou um destino popular para imigrantes, especialmente os que vêm da Venezuela. A maioria dessas pessoas atravessa a fronteira norte com a Bolívia e o Peru, o que levou o governo de Gabriel Boric a enviar tropas para a região em 2022. Atualmente, a população imigrante cresceu para 8,8% do total no Chile, de 20 milhões de habitantes, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE).
Na corrida presidencial, a candidata da esquerda, Jeannette Jara, lidera as pesquisas e promete estabelecer um diálogo pragmático com o governo de Donald Trump. Seu rival, o ultradireitista José Antonio Kast, se posiciona como um aliado próximo de Trump, em um contexto de crescente influência americana na região. Outros dois candidatos de direita, Johannes Kaiser e Evelyn Matthei, também estão na disputa, porém as pesquisas estão suspensas desde 2 de novembro.
A história da esquerda chilena com os Estados Unidos é marcada por tensões, especialmente devido ao apoio dos EUA ao golpe de Estado de 1973 que derrubou o presidente Salvador Allende. Nos dias de hoje, os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Chile. Apesar de estar em primeiro lugar nas pesquisas, Jara não deve conseguir vencer no primeiro turno. Se isso ocorrer, os chilenos irão às urnas novamente em 14 de dezembro para escolher entre Jara e Kast, sendo que o candidato de extrema-direita possui vantagem.
Neste pleito, o voto é obrigatório pela primeira vez, com penalidade de até 100 dólares (aproximadamente R$ 527). As tensões políticas e a busca por soluções para a violência e a imigração estão em jogo, e a escolha dos eleitores será decisiva para o futuro do Chile.
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