Cerca de 840 milhões de mulheres já sofreram algum tipo de violência doméstica ou sexual ao longo da vida, segundo um relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS). O estudo, divulgado no dia 19 de novembro de 2025, mostra que esses números permanecem alarmantemente estáveis desde 2000.
A pesquisa revela que, apenas nos últimos 12 meses, 316 milhões de mulheres foram vítimas de violência física ou sexual por parte de parceiros. A OMS destaca a lentidão no progresso contra a violência de parceiro íntimo, com uma queda anual de apenas 0,2% nas últimas duas décadas.
É a primeira vez que o relatório inclui dados sobre violência sexual praticada por estranhos, que afeta 263 milhões de mulheres com 15 anos ou mais. A OMS alerta que esses números podem estar subestimados, devido ao estigma e ao medo que cercam essas situações.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, expressou preocupação com a persistência da violência contra mulheres, afirmando que “nenhuma sociedade se considera justa se metade de sua população vive com medo.” Ele enfatizou a necessidade urgente de combater essa questão como um direito humano fundamental e não apenas como um problema político.
De acordo com a OMS, mulheres vítimas de violência enfrentam riscos sérios, como gestações indesejadas, infecções sexualmente transmissíveis e depressão. O relatório observa que os serviços de saúde sexual e reprodutiva são essenciais para atender essas sobreviventes com qualidade.
A pesquisa também revela que a violência contra mulheres começa cedo. Nos últimos 12 meses, 12,5 milhões de adolescentes de 15 a 19 anos foram vítimas de violência física ou sexual por parte de parceiros. Embora a violência ocorra em todos os países, a OMS afirma que mulheres em locais menos desenvolvidos, afetados por conflitos e vulnerabilidades climáticas, são desproporcionalmente mais afetadas.
A Oceania, com exceção da Austrália e da Nova Zelândia, apresentou uma taxa de 38% de violência praticada por parceiros, mais de três vezes a média global, que é de 11%.
O relatório ressalta que, embora mais países estejam começando a coletar dados para formular políticas de combate à violência, ainda existem grandes lacunas, especialmente em relação à violência sexual perpetrada por não parceiros e entre grupos marginalizados, como mulheres indígenas e migrantes.
Para promover mudanças significativas na vida de mulheres afetadas pela violência, o relatório conclama ações governamentais decisivas e investimentos em:
- Programas de prevenção baseados em evidências;
- Serviços de saúde, jurídicos e sociais focados nas sobreviventes;
- Sistemas de dados para monitorar o progresso e alcançar grupos vulneráveis;
- A aplicação de leis que empoderem mulheres e meninas.
Este é um tema que merece nossa atenção e debate. O que você pensa sobre a situação das mulheres em relação à violência no mundo? Deixe sua opinião nos comentários.

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