A corrida global por inteligência artificial (IA) levou várias empresas a avaliações trilionárias e a promessas de grandes ganhos em produtividade. Porém, nas últimas semanas, o clima de otimismo tem mudado consideravelmente.

Alex Dryden, candidato a Doutorado em Economia na Universidade de Londres, destaca que estamos passando por uma fase de choque entre a euforia e a realidade econômica. Executivos e investidores agora se perguntam se os altos custos para desenvolver e manter os sistemas de IA serão compensados por receitas futuras.

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Setor de IA enfrenta seu primeiro grande teste (Imagem: WANAN YOSSINGKUM/iStock)

Sundar Pichai, CEO do Google, já mencionou a “irracionalidade” do crescimento desse setor. Ao mesmo tempo, os mercados acionários e criptomoedas estão em queda, refletindo a pressão que recai sobre as techs, anteriormente avaliadas como se a demanda por IA fosse ilimitada.

Quando a euforia encontra os fundamentos

  • Dryden lembra que bolhas tecnológicas já ocorreram, como a da internet nos anos 2000 e os picos durante a pandemia de Covid-19.
  • A tecnologia é real, mas a capacidade de transformar isso em lucros duradouros nem sempre acompanha o entusiasmo.
  • Atualmente, investidores presumem adoção rápida e receitas de alta margem, mas os modelos de negócio e custos operacionais ainda parecem incertos e altos.
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Queda das ações de tecnologia e críticas de CEOs reacendem o debate sobre o real valor econômico dos modelos avançados (Imagem: Suri Studio/Shutterstock)

Investimentos vão frear o ímpeto quando se fala de IA?

Referente ao futuro, a situação pode se agravar com lucros abaixo do esperado em gigantes como Nvidia ou Intel, excesso de oferta de chips ou uma desaceleração no avanço dos modelos. Isso pode levar a reavaliações abruptas.

Caso isso aconteça, empresas de chips e provedores de nuvem seriam os mais afetados, e grandes projetos de infraestrutura poderiam ser adiados ou reduzidos.

Dryden conclui que uma correção não acabaria com a IA, mas poderia levar o setor a amadurecer, focando em aplicações práticas e eficiência financeira, ao invés de expectativas especulativas.

Ilustração de inteligência artificial em chip
Custos operacionais elevados e incertezas sobre demanda colocam pressão sobre empresas e investidores (Imagem: dee karen/Shutterstock)

O futuro da IA ainda é uma incógnita, e será interessante acompanhar como as empresas se adaptam nesse cenário. Como você vê essa situação? Sua opinião é bem-vinda nos comentários!