Como funciona 1ª vacina do mundo para prevenção do câncer de pulmão

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Em 2026, devem iniciar os primeiros testes em humanos da LungVax, a primeira vacina desenvolvida para prevenir o câncer de pulmão. O estudo está sendo realizado por pesquisadores da Universidade de Oxford e do University College London, no Reino Unido. O foco é atender pessoas com alto risco de desenvolver a doença.

A vacina utiliza instruções genéticas que ensinam o sistema imunológico a identificar sinais iniciais de células pulmonares anormais, criando uma vigilância constante antes mesmo do surgimento de tumores.

Como a vacina funciona?

O projeto baseia-se no entendimento de que células cancerígenas do pulmão apresentam mudanças precoces, incluindo a produção de proteínas diferentes das encontradas em células saudáveis. Essas proteínas surgem na superfície celular como marcadores de alterações no comportamento normal.

A LungVax fornece instruções para que o sistema imunológico reconheça esses marcadores nas fases iniciais. A tecnologia utilizada é a mesma da plataforma ChAdOx2, desenvolvida em Oxford e aplicada na vacina Oxford AstraZeneca contra a Covid.

Essa tecnologia atua como um vetor que entrega o material genético necessário para que o organismo reconheça e elimine células alteradas. Os pesquisadores acreditam que a vacina pode evitar que essas células anormais se tornem cancerígenas.

Cancer de pulmao

O câncer de pulmão é o segundo mais comum tanto em homens quanto em mulheres no Brasil. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) aponta que cerca de 13% de todos os novos casos ocorrem nos pulmões.

No fim do século 20, o câncer de pulmão se tornou uma das principais causas de morte evitáveis no mundo. O tabagismo é a principal causa, com cerca de 85% dos casos diagnosticados associados ao consumo de tabaco.

A mortalidade entre fumantes é aproximadamente 15 vezes maior do que entre não fumantes, e entre ex-fumantes, é cerca de quatro vezes maior.

Outros fatores de risco incluem a exposição à poluição do ar, infecções pulmonares repetidas, e histórico familiar de câncer de pulmão. Esses fatores favorecem o desenvolvimento da doença.

Os sintomas geralmente não aparecem até que o câncer esteja avançado. No entanto, pessoas em estágio inicial já podem apresentar tosse persistente, escarro com sangue, dor no peito, pneumonia recorrente, cansaço extremo e dificuldade em engolir.

O diagnóstico é feito pela avaliação dos sinais e sintomas, histórico de saúde familiar e resultados de exames específicos, como tomografias e biópsias do tecido pulmonar. Tratamentos incluem quimioterapia, radioterapia e, quando necessário, cirurgia para remoção do tumor.

Quem participará dos primeiros ensaios?

O ensaio clínico está programado para começar no verão de 2026, caso receba a aprovação dos órgãos reguladores. A pesquisa será financiada pela Cancer Research UK e pela CRIS Cancer Foundation, com apoio nos próximos quatro anos.

A fase I do estudo será voltada para pessoas que já tiveram câncer de pulmão em estágio inicial, passaram por cirurgia e estão em risco de recidiva, além de participantes de programas de rastreamento do NHS no Reino Unido.

Nesta fase inicial, os cientistas avaliarão a melhor dose, possíveis efeitos colaterais e a resposta do sistema imunológico, procurando garantir a segurança da vacina e a expectativa de reação do organismo.

Para Sarah Blagden, professora de Oncologia Experimental em Oxford, essa vacina representa uma oportunidade real de atuação antes que a doença avance. A taxa de sobrevivência para câncer de pulmão tem sido baixa por décadas.

“Combater o câncer em seus estágios iniciais é essencial e a nova vacina pode ser uma ferramenta importante dentro dessa estratégia de prevenção”, afirma Mariam Jamal Hanjani, pesquisadora do University College London.

As pesquisadoras enfatizam que a vacina não substitui a necessidade de parar de fumar, que continua sendo a medida mais eficaz para reduzir o risco da doença. No entanto, consideram que a tecnologia pode ampliar as possibilidades de intervenções precoces.

Próximos passos

Se os resultados forem positivos, as próximas etapas buscarão avaliar a eficácia em grupos maiores e entender quem pode se beneficiar mais da inovação. O objetivo final é verificar se a LungVax pode ser uma ferramenta de prevenção para indivíduos em alto risco.

Caso as fases seguintes confirmem o potencial da vacina, ela poderá avançar para estudos em larga escala. O que você pensa sobre essa nova abordagem no combate ao câncer de pulmão? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião.

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