O cenário político no Planalto está tenso. A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontra dividida quanto a como lidar com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Enquanto isso, o líder do PT, Lindbergh Farias (PT-RJ), está ganhando apoio em sua bancada e promete defender firme os ideais do partido, expressando suas críticas às escolhas de Motta. Novos enfrentamentos estão programados para esta terça-feira, 25 de novembro.
Durante uma reunião da bancada do PT na Câmara, os deputados precisam discutir a votação de uma proposta que visa barrar a anistia aos envolvidos na tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro. A maioria dos deputados apoia Lindbergh, e até mesmo aqueles que não concordam totalmente com sua postura, entendem que o pior seria não dar apoio neste momento. Após essa reunião, acontece a sessão do Colégio de Líderes, onde os deputados terão a oportunidade de se confrontar diretamente.
Lindbergh não hesita em se manifestar. Ele disse: “Vou para a reunião do colégio de líderes. Não é um clube de amigos de Motta. Se tiver um ponto ruim, vou criticar.” O deputado trouxe à tona algumas vitórias do governo Lula em embates anteriores, como a aprovação da PEC da Blindagem e mudanças no IOF, que foram vistas positivamente pela opinião pública.

Hoje, Lula retorna a Brasília após uma viagem à África e deve ser orientado por seus auxiliares a respeito dos próximos passos. O clima na Câmara deve ser acirrado, uma vez que muitos no governo acreditam que essa disputa pode trazer frutos positivos à política nacional, especialmente depois de uma sequência de vitórias.
Por enquanto, as pontes do governo com Motta estão sendo mantidas principalmente por dois representantes: o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Ambos foram fundamentais no apoio a Motta durante sua eleição para a presidência da Câmara.
No entanto, a relação de Gleisi com Motta passou por um desgaste. Já o laço com Guimarães continua sólido, e uma conversa separada entre eles é esperada em breve. A ministra se ocupa de avaliar a situação antes de atuar diretamente.
Recentemente, o governo considerou que Motta errou ao indicar o deputado Guilherme Derrite (PP-SP) para relatá-los projetos de lei que endurecem o combate às facções criminosas. Essa proposta, conhecida como PL Antifacção, foi elaborada pelo governo, mas Motta acabou designando um aliado de Jair Bolsonaro para liderar a questão.
Impacto no Congresso
O clima complicado no Congresso não afeta apenas a relação de Lula com Motta, mas também com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Isso pode resultar em desafios para a aprovação de projetos importantes. A previsão é que, embora o Orçamento de 2026 não deva ser impactado imediatamente, há receios sobre a possibilidade de não ser votado a tempo.
O vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), mencionou que o governo já se prepara para a eventualidade do Congresso não votar a Medida Provisória do Brasil Soberano, que tem validade até 11 de dezembro. Se não for aprovada a tempo, uma nova MP similar poderá ser enviada ainda este ano, mas só seria analisada em 2026.
E você, o que acha dessa situação política? A divisão entre as lideranças e a relação com Hugo Motta deve influenciar os rumos do governo? Compartilhe sua opinião nos comentários.

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