Um pregador de rua cristão no Reino Unido foi considerado inocente após ser acusado de fazer comentários antimuçulmanos durante um sermão em Swindon. O júri do Tribunal da Coroa decidiu a favor de Shaun O’Sullivan, de 36 anos, após um julgamento que durou seis dias.
O’Sullivan enfrentou a acusação de assédio com agravante religiosa depois de, segundo relatos, ter gritado frases como “Nós amamos os judeus” e “Odiadores de judeus” para um grupo de muçulmanos. Esse incidente ocorreu em 15 de setembro de 2024, e a família envolvida alegou discriminação por usar hijab.
O caso começou quando uma das vítimas ligou para os serviços de emergência, expressando insegurança e dizendo que havia sido chamada de antissemita. O operador decidiu registrar a queixa como um discurso de ódio, mesmo sem evidências que confirmassem as alegações.
Representado pelo Christian Legal Centre, O’Sullivan negou as acusações. A defesa destacou a falta de provas em áudio ou vídeo e apontou as inconsistências nos depoimentos da família muçulmana. Além disso, uma das testemunhas admitiu não ter ouvido toda a mensagem e reconheceu que seu relato estava influenciado por suas opiniões sobre o conflito entre Israel e o Hamas.
O julgamento ocorreu em um clima tenso, em meio a protestos pro-Palestina nas semanas anteriores. A defesa argumentou que a pregação de O’Sullivan estava protegida pela legislação europeia sobre liberdade de expressão, religião e reunião. Ao longo do processo, sua experiência pessoal também foi mencionada. O’Sullivan, que já teve passagens por crimes violentos, se converteu ao cristianismo e agora se dedica à pregação nas ruas.
Um teólogo especialistas, Martin Parsons, testemunhou que a pregação é uma prática histórica e deve ser protegida. Ele alertou que processar sermões poderia afetar a liberdade religiosa. Após o veredicto, O’Sullivan expressou sua gratidão, afirmando que seu desejo é compartilhar as Boas Novas e enfatizando a importância da liberdade de expressão.
Andrea Williams, do Christian Legal Centre, ressaltou que o caso se baseou apenas em percepções, sem provas concretas. Ela criticou a maneira como a polícia lidou com a queixa. A decisão de registrar uma queixa sem evidências claras, segundo ela, pode causar um efeito inibidor sobre a liberdade de expressão, impedindo pregadores de expressarem suas crenças sem medo de represálias.
O’Sullivan já havia enfrentado um caso anterior em 2023, quando foi preso por pregar contra a homossexualidade. Culpou o que considerou um padrão duplo na aplicação da lei, especialmente em relação a mensagens que não são bem vistas por todos.
O veredicto recente destaca questões sérias sobre a liberdade de expressão e a natureza da religião em espaços públicos. O que você acha sobre esse caso? Comente abaixo sua opinião.

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