Um novo estudo divulgado pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a GO Associados aponta que o Brasil desperdiça, diariamente, o equivalente a 6.346 piscinas olímpicas de água tratada antes mesmo de chegar às torneiras dos moradores. O levantamento, parte do Estudo de Perdas de Água 2025, ressalta a grave ineficiência no sistema de distribuição do país.
Durante um ano, o Brasil perdeu 5,8 bilhões de metros cúbicos de água tratada, suficiente para abastecer cerca de 50 milhões de pessoas. Esse número representa 40,31% do total de água produzida, um percentual muito acima da meta de 25% estabelecida pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
O estudo revela grandes discrepâncias entre as regiões. O Norte (49,78%) e Nordeste (46,25%) apresentam os piores índices. Em estados como Alagoas (69,86%), Roraima (62,51%) e Acre (62,25%), mais da metade da água distribuída é perdida. Em compensação, Goiás (25,68%), o Distrito Federal (31,46%) e São Paulo (32,66%) se destacam com os melhores índices de controle.
As perdas são atribuídas a vazamentos, erros de medição e consumos não autorizados. Segundo o ITB, somente os vazamentos na infraestrutura representam mais de 3 bilhões de metros cúbicos perdidos anualmente, volume suficiente para fornecer água a 17,2 milhões de pessoas em áreas vulneráveis por quase dois anos.
Além das questões sociais, o desperdício de água gera custos adicionais como maior gasto com produtos químicos e energia, além de pressões ambientais que afetam rios e mananciais, elevando assim os custos de mitigação.
Luana Pretto, presidente-executiva do Trata Brasil, comenta que o progresso na redução das perdas tem sido lento, enquanto milhões de brasileiros ainda carecem de acesso regular à água potável. “Esse acesso é fundamental para uma vida digna”, destaca.
O impacto ambiental gerado pelo desperdício é alarmante, especialmente em um país que enfrenta secas prolongadas e variações climáticas. Com cerca de 34 milhões de brasileiros sem água tratada, a modernização da infraestrutura é urgente.
Pretto reitera a importância de investir na redução das perdas de água: “Eventos extremos como secas e alterações no regime de chuvas têm aumentado a escassez hídrica, desafiando a capacidade do país de garantir o abastecimento de água para todos.”
O estudo também sugere que, se o Brasil alcançasse a meta de 25% de perdas, economizaria 1,9 bilhão de metros cúbicos de água, suficiente para o consumo de 31 milhões de pessoas em um ano. O ganho econômico com essa redução seria de R$ 17 bilhões até 2033, contribuindo para aumentar a resiliência dos municípios e ampliar o acesso à água tratada.
E você, o que pensa sobre essa situação? Deixe sua opinião nos comentários. É hora de discutir soluções para esse problema que afeta tantos brasileiros.

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