Diretor jurídico do Vitória esclarece papel de administrador judicial e desmente leitura de “intervenção judicial”

Após o Vitória divulgar uma nota criticando “versões sensacionalistas” sobre os desdobramentos do Regime Centralizado de Execuções (RCE), o diretor jurídico do clube, Antônio Boa Ventura, conversou com o Bahia Notícias. Ele explicou a origem da decisão da Vara Empresarial e detalhou o papel do administrador judicial nomeado para o caso, refutando a leitura de que o clube estaria sob “intervenção judicial”.

“Não tem nada disso. É uma maldade afirmar que o Vitória está sob intervenção. O administrador não tem poder sobre o clube, não manda no Vitória e não interfere na gestão”, afirmou Boa Ventura.

Ele ressaltou que a função do administrador é simplesmente verificar se os 20% da receita corrente destinados ao pagamento de credores estão sendo aplicados corretamente.

“Dizer que ele irá pegar 20% das receitas é uma distorção completa. O administrador apenas fiscaliza se o valor está sendo destinado. Ele não controla dinheiro nenhum”, explicou.

Boa Ventura também comentou que a escolha de quem conduziria o processo foi demorada porque vários magistrados se negaram a atuar, já que o procedimento não estava previsto no regimento interno.

“O processo era atribuído a um juiz que alegava não ter competência. Passava para outro, que dizia o mesmo”, contou. Diante desse impasse, o Tribunal de Justiça determinou que o juiz da Vara Empresarial seria o responsável pelas medidas urgentes e foi ele que decidiu nomear um administrador judicial — uma prática também adotada em outros clubes.

“Recife, Botafogo, Cruzeiro, todos eles tiveram administradores judiciais. É apenas um auxiliar técnico do juiz. O juiz não pode parar tudo para fazer essa verificação. O administrador entra para ajudar nisso”, afirmou ao Bahia Notícias.

Ele também mencionou que o departamento jurídico inicialmente se opôs à nomeação devido aos custos envolvidos, mas compreendeu a decisão do magistrado.

“O administrador judicial tem honorários altos, que ficam a cargo do Vitória. Defendíamos que esse valor deveria ir direto para os credores. Em outros RCEs foi assim. Para o juiz, é mais prático delegar essa fiscalização a um auxiliar. Contudo, respeitamos a decisão do magistrado. A determinação busca organizar o fluxo de pagamentos e garantir o cumprimento das obrigações, algo que o clube já vem fazendo de forma responsável nas últimas temporadas”, concluiu.

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