Canadá desiste de homenagear vítimas do comunismo por ligação com o nazismo

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O Departamento do Patrimônio Canadense decidiu não inscrever nomes específicos no Memorial às Vítimas do Comunismo, em Ottawa, após constatar que muitos dos homenageados teriam ligações com o nazismo ou com grupos fascistas. O Memorial foi inaugurado em 12 de dezembro de 2024, mas já enfrentava polêmicas há cerca de 15 anos, conforme reportagem do Ottawa Citizen.

“O Governo do Canadá enfatizou que todos os aspectos do Memorial às Vítimas do Comunismo devem estar alinhados com os valores canadenses de democracia e direitos humanos”, disse Caroline Czajkowski, porta-voz do Departamento do Patrimônio Canadense, ao Ottawa Citizen. “O Muro da Lembrança agora apresentará exclusivamente conteúdo temático que transmitirá a intenção comemorativa e educacional mais ampla do memorial.”

O custo do projeto sofreu elevação expressiva. Inicialmente estimado em US$ 1,5 milhão, o memorial acabou com investimento de cerca de US$ 7,5 milhões, dos quais US$ 6 milhões vieram de fundos públicos. A iniciativa foi idealizada durante o governo do então primeiro-ministro Stephen Harper.

Documentos obtidos pelo Ottawa Citizen indicam que, em 2023, o Departamento do Patrimônio Canadense recomendou a exclusão de mais de 330 nomes por falta de informações confiáveis sobre os indivíduos ou organizações e por possíveis ligações com fascistas ou nazistas. A abertura prevista para 2023 foi adiada após vote de controvérsia envolvendo um soldado ucraniano da Waffen-SS.

Anteriormente, a organização Amigos do Centro Simon Wiesenthal já havia apontado que Roman Shukhevych, que colaborou com os nazistas, seria um dos homenageados; ele foi removido da lista após pressão repetida. Outro caso citado era o de Janis Niedra, que participou de execuções de judeus durante o Holocausto e imigrou para o Canadá após a guerra.

Essa interface entre memória histórica, ética pública e educação cívica alimenta o debate sobre como lembrar regimes totalitários. O governo reforça que a decisão mantém o foco educativo e histórico, em alinhamento com democracia e direitos humanos, sem promover homenagens a indivíduos com ligações extremistas.

E você, o que acha da forma de lembrar as vítimas de regimes autoritários: nomes individuais no monumento ou um enfoque temático que destaques momentos-chave da história? Compartilhe sua opinião nos comentários.?

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