No Distrito Federal, mais da metade das mulheres mortas por feminicídio nos últimos 10 anos já tinha vivido violência doméstica antes de morrer. O levantamento, feito pela SSP-DF, revela que, desde a sanção da Lei do Feminicídio em 2015, 226 mulheres foram mortas no DF. Destas, 144 (64%) tinham histórico de violência doméstica.
Entre as 144 vítimas com histórico de violência, apenas 48,1% registraram ocorrência policial ou depô em processo judicial. Ou seja, 16% das mulheres que foram agredidas no lar e mortas depois não registraram formalmente as agressões. A SSP-DF aponta que a subnotificação é fator crítico na prevenção do feminicídio e destaca a importância da denúncia contra o agressor.
A análise mostra que o histórico de violência não depende apenas de registros formais. Quando consideradas também as vítimas que relataram episódios de violência, mesmo sem formalização, esse patamar sobe para 64%. O estudo, que cobre março de 2015 a agosto de 2025, reforça a necessidade de ouvir relatos informais e sinais indiretos de agressões pelos órgãos de proteção.
No aspecto de uso de substâncias, o levantamento aponta que 220 homens foram identificados como autores de feminicídio nos últimos 10 anos, e pelo menos 36,4% estavam sob efeito de drogas no momento do crime. Entre os autores, 31,4% declararam uso de álcool, enquanto 36,4% relataram uso de drogas ilícitas. Cocaína (54%) e maconha (38%) foram as substâncias mais citadas. A SSP admite subnotificação no recorte de consumo de drogas e álcool, já que nem sempre há confirmação durante a investigação.
Casos de feminicídio no DF chegaram a 26 em 2025. O Painel de Feminicídios da SSP-DF indica que, até 19 de dezembro, 22 casos haviam sido confirmados e quatro estavam em análise. O caso mais recente ocorreu em 5 de dezembro, no 1º Regimento de Cavalaria de Guardas, no Setor Militar Urbano, onde a cabo Maria de Lourdes Freire Matos, 25, foi morta por Kelvin Barros da Silva, 21. O suspeito foi capturado horas depois e está preso preventivamente.
Esses dados destacam a gravidade do problema e a necessidade de denúncias e proteção às vítimas. E você, o que pensa sobre as medidas de prevenção e o papel da sociedade na proteção das mulheres? Compartilhe seus comentários.

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