A Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA) acompanhou nesta quarta-feira (16) às oitavas do processo de inquérito policial militar relacionado ao “Caso Gamboa, que vitimou três jovens na madrugada do dia 1 de março no bairro da Gamboa, em Salvador.
De acordo com nota publicada pela DPE-BA, uma das depoentes, Silvana Santos, mãe de Alexandre Santos, 20 anos, um dos mortos na operação, relatou que chegou a ver o filho vivo antes dos policiais envolvidos a expulsarem da cena do crime. Ainda conforme seu depoimento, em seguida, houve disparos de tiros e depois os corpos dos jovens foram removidos para outro local.
“Me sinto um pouco mais segura com o acompanhamento que a Defensoria e algumas entidades estão mostrando comigo e com o caso, mas sigo com receio e assustada, até porque estou denunciando tudo isso. Minha filha de 18 anos não consegue sair de casa com medo e está recebendo acompanhamento psicológico. A gente se sente com medo, porque eles são polícia e nós não somos nada para eles” disse Silvana.
A defensora pública e coordenadora da especializada de Direitos Humanos, Eva Rodrigues, explicou que desde que tomou conhecimento do ocorrido, a DPE-BA tem se esforçado para amparar os familiares dos jovens, atendendo demandas socioassistenciais e psicossociais das famílias.
“O ajuizamento da ação penal é exclusivo do Ministério Público, a quem compete também a realização do controle externo da Polícia. Neste momento, nos cabe, como estamos fazendo, amparar os familiares, acompanhar os depoimentos, encaminhando as eventuais necessidades. Além disso, já solicitamos acesso ao inquérito e formalizaremos pedido de disponibilização dos laudos de exames cadavéricos. Uma vez reunidos os elementos necessários, vamos ajuizar as demandas indenizatórias das famílias”, declarou Eva.
As testemunhas foram escutadas, entre familiares das vítimas e observadores oculares da ocorrência, na sede da Secretaria Estadual de Segurança Pública, por determinação do secretário Ricardo Mandarino, que designou também um delegado para estar a cargo exclusivo do processo.
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