Um mês depois de uma das maiores tragédias que o Brasil já viveu, o incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, parentes e amigos das vítimas participaram de diversas homenagens.
No início da noite, cerca de 1.500 pessoas saíram pelas ruas de Santa Maria em uma caminhada para pedir justiça. Depois, o grupo acompanhou uma missa em homenagem às vítimas. Mais cedo, uma multidão vestida de branco tomou a principal praça da cidade. Para celebrar a vida, deu uma salva de palmas, apertou buzinas e contou com o badalar dos sinos.
Os delegados responsáveis pelo caso devem pedir a prorrogação do inquérito, que terminaria domingo, pois ainda estão ouvindo depoimentos e também aguardam os laudos da perícia, que devem ficar prontos em até 15 dias. Nesta quarta-feira (27), a polícia divulgou que os exaustores instalados na boate não tinham saída para a parte externa do prédio.
Os delegados também afirmam que o cianeto, presente na espuma que revestia o teto da Kiss, teve participação direta nas mortes. �??O cianeto foi, se não o diferencial, pelo menos alguma das circunstâncias, e talvez uma das circunstâncias mais importantes que levaram à morte dessas pessoas�?�, afirma o delegado Marcelo Arigony.
Agora, a polícia quer apontar se houve negligência na concessão de alvarás e licenças da casa noturna. Quatro pessoas estão presas temporariamente: os donos da Kiss, Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão. Eles devem ser indiciados por homicídio doloso qualificado, aquele em que é assumido o risco de matar. A polícia avalia pedir a prisão preventiva deles.
Vinte pessoas continuam internadas em hospitais de Santa Maria e em Porto Alegre, sendo três em estado grave.
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