O financiamento público a sertanejos, exposto pelo pagamento de cachês astronômicos de prefeituras país afora aos cantores, expôs uma incoerência bolsonarista. O próprio presidente e dezenas de aliados dele ganharam votos nos últimos anos criminalizando o incentivo à cultura, mas não o estímulo a todos os artistas.
O alvo sempre foram os artistas críticos de Bolsonaro ou de esquerda. Houve perseguição, ofensas, disseminação de mentiras sobre qualquer pessoa que fosse identificada como uma adversária do atual governo. Bolsonaro e os seus perceberam que ganhavam holofotes ao atiçar o ódio contra a classe artística.
Shows como o de R$ 1,2 milhão de Gusttavo Lima na cidade Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, com população de 17 mil pessoas, nunca foram alvo de debate. Sem licitação, pouco transparente, muitas vezes feito por interesses que não o público, esse tipo de gasto é sabidamente muito pior, em termos de eficiência do uso do dinheiro público, do que a Lei Rouanet. Mas esse nunca foi o debate de fato nem para bolsonaristas nem para os sertanejos que também vilanizaram colegas de outros ritmos criminalizando o uso da lei.
Nesse Diagnóstico, quadro de análises em vídeo da coluna, comento essa disputa e lembro que há, em tudo isso, um fato positivo: trouxe o tema do financiamento à cultura ao debate público.
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O post Verba pública a sertanejos expõe incoerência bolsonarista; análise apareceu primeiro em Metrópoles.
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