O Vitória atualmente está sendo gerido com a ajuda de doações. A revelação foi feita pelo presidente do clube, Fábio Mota. “Estamos sobrevivendo de doações. O Vitória não iria sobreviver se não fosse isso. Somamos aqui 14 patrocinadores porque eu bati na porta”, desabafou o dirigente, nesta terça-feira (28), durante entrevista ao jornal Bahia no Ar, da Rádio Metrópole.
“Nós erramos no futebol, pois não tivemos tempo para planejar. Tivemos apenas 14 dias para montar o elenco, porque quando cheguei não tinham pagado Walter Bou e ficamos impedidos de contratar. Estamos sobrevivendo de ajudas, doações e relações pessoais”, completou.
No começo deste ano, o Vitória ficou impedido de registrar jogadores e anunciou um pacotão com 14 reforços em dezembro antes mesmo de contratar o treinador. A proibição foi decorrência de uma punição da Fifa em função de uma dívida antiga com o atacante argentino Walter Bou. Após a quitação, já com a temporada em andamento, o clube voltou a ter autorização para contratar atletas.
Mota contou ainda que tem recebido ajuda de torcedores do rival Bahia. “Não ganho salário para isso, não ganho nada. Para mim era muito mais fácil estar em minha casa e, hoje, estou aqui me indispondo. Tenho até amigos Bahia que hoje estão me ajudando. Um amigo meu Bahia me deu três caminhões de bloco e um de cimento. Só eu e Deus sabemos o que estou passando nos últimos seis meses aqui no Vitória”.
O Vitória registrou um déficit de R$ 42,3 milhões no ano de 2021, de acordo com o balanço publicado pelo clube em abril. Foram R$ 59,2 milhões em receitas e R$ 101,5 milhões em despesas. Houve aumento de 105% do déficit no comparativo com o exercício de 2020, quando era de R$ 20,6 milhões. �?quela altura, o clube devia R$ 160,5 milhões com obrigação de pagamento em até um ano.
Arrependimento
O gestor máximo do Leão também revelou que se arrependeu de ter apoiado Paulo Carneiro nas últimas eleições rubro-negras. Eleito em 2019, PC foi destituído do cargo em maio deste ano, quando Fábio Mota assumiu de forma definitiva até o final do atual mandato, que se encerra em dezembro. Antes presidente do Conselho Deliberativo, ele acumulava o posto desde outubro, quando o vice-presidente Luiz Henrique Viana renunciou.
�??Meu arrependimento é de ter feito parte de uma chapa que ganhou essa eleição. Mas a forma que eu encontrei foi assumir. Estou aqui dentro e vou até o fim, pelo amor que eu tenho ao clube�?�, afirmou Mota. �??O que me moveu a assumir essa bomba, contra minha família, minha mãe, minha mulher, meus filhos, meus amigos, foi meu amor ao clube. Estou aqui tentando salvar o clube, em uma condição totalmente adversa, numa das maiores crises que o clube enfrentou em toda a sua história, por uma série de anos de administrações equivocadas e chegou no fundo do poço”, completou.
O Vitória vive uma crise fora e dentro das quatro linhas. A sete rodadas do fim da Série C, o Vitória está ameaçado de rebaixamento. Em 16º lugar, o Leão soma os mesmos 12 pontos do Campinense, primeiro time dentro do Z4, na 17ª colocação. No sábado (2), às 19h, o rubro-negro enfrenta o Figueirense, no Barradão.
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